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SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista operava com viés negativo nesta quarta-feira, pressionada principalmente pelas ações da blue chip Petrobras, que ameaçavam estender a sequência de perdas do índice, em sessão ainda marcada pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.
Às 11h05, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 0,18%, a 135.003,67 pontos, após recuar a 134.714,3 na mínima até o momento. Na máxima, chegou a 135.478,19 pontos. O volume financeiro somava R$2,4 bilhões.
O mercado acompanhava o impasse entre governo e Congresso sobre o IOF, após uma audiência de conciliação terminar sem acordo, deixando a decisão nas mãos do Judiciário. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na véspera acreditar em uma "solução rápida" para a divergência entre os poderes.
Também compõem o pano de fundo os desdobramentos em relação à resposta brasileira às tarifas de 50% dos Estados Unidos e à aprovação pela Câmara dos Deputados, em dois turnos, da PEC que altera a forma como o governo contabiliza os pagamentos de precatórios a partir de 2027, ajudando a cumprir metas fiscais que antes eram consideradas inalcançáveis.
Na véspera, o representante de Comércio dos EUA informou que iniciou uma investigação, anunciada anteriormente pelo presidente Donald Trump, sobre práticas comerciais "injustas" do Brasil, onde buscará determinar se atos, políticas e práticas do país sobre o comércio digital e as tarifas preferenciais, entre outros, são "injustificáveis ou discriminatórios e sobrecarregam ou restringem" o comércio dos EUA.
Segundo análise gráfica do BB, os ativos domésticos devem seguir atentos ao cenário internacional, especialmente diante das recentes sinalizações da política comercial do governo Trump. Para analistas da Ágora Investimentos, o início da investigação norte-americana sobre as práticas brasileiras "é um fator adicional para a cautela por aqui".
Na cena externa, os principais índices de ações em Wall Street não seguiam uma direção única, após uma abertura positiva, com investidores analisando novos dados de inflação nos EUA e digerindo uma nova rodada de balanços corporativos.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3) subia 0,8%, acompanhando a alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,05%, a 773 iuanes (US$107,70) a tonelada.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) caía 1,16% e PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) perdia 0,84%, em linha com o declínio do petróleo no exterior, onde o barril do Brent cedia 1%, a US$68,02.
- HAPVIDA ON (BVMF:HAPV3) caía 1,37%, a R$33,12, após o UBS BB cortar o preço-alvo da ação de R$60 para R$55. Na semana até agora, o papel ainda apresenta variação positiva de cerca de 2%.
- GPA (BVMF:PCAR3) ON avançava 1,88%, entre as principais variações positivas do Ibovespa. Na terça-feira, após o fechamento do mercado, o grupo informou que membros da família Coelho Diniz alcançaram uma participação de 17,7% na companhia.
- YDUQS ON (BVMF:YDUQ3) caía 4,29%, acumulando um declínio de cerca de 17% no mês de julho até o momento. Se mantiver o viés de baixa até o fim do mês, esta será a primeira queda mensal do ano para o papel. No setor, COGNA ON (BVMF:COGN3) recuava 2,58%.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) subia 0,69%, em sessão mista para bancos, com BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caindo 0,25%, SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) em baixa de 1,76% e BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) perdendo 1,82%, mas BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT com variação positiva de 0,07%.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)