Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 (SA:BVMF3) fechou na máxima do dia nesta sexta-feira, renovando recorde de pontuação, conforme segue o fluxo de capital externo para as ações brasileiras e agentes financeiros veem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quase fora da corrida presidencial neste ano.
O Ibovespa subiu 2,21 por cento, a 85,530 pontos, maior pontuação do dia e novo recorde. O volume financeiro do pregão foi expressivo, somando 16,138 bilhões de reais, bem acima da média diária do ano de 9,6 bilhões de reais.
Na semana, o índice acumulou elevação de 5,3 por cento, contabilizando no ano um acréscimo de 10,14 por cento.
Dados de fluxo mostram saldo positivo em todos os dias de janeiro até o dia 23. No acumulado do mês, as entradas líquidas somam 6,55 bilhões de reais.
O cenário externo corroborou os ganhos domésticos, com os índices acionários S&P 500 e Dow Jones em Wall Street também nas máximas em meio a resultados corporativos, enquanto o dólar recuou frente a uma cesta de moedas.
Do lado político, a condenação unânime do ex-presidente Lula em segunda instância na quarta-feira abriu espaço para apostas no mercado de que ele deve ficar de fora da corrida presidencial deste ano, o que, na visão de estrategistas, elevaria as chances de vitória de um candidato do centro ou reformista.
DESTAQUES
- PETROBRAS ON (SA:PETR3) saltou 5,24 por cento, para 21,71 reais, maior valor de fechamento desde setembro de 2014. PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 3,05 por cento. Os papéis seguiram influenciados pelas expectativas relacionadas ao cenário político, tendo também no radar emissão no exterior de 2 bilhões de dólares em notas com vencimento 2029.
- CEMIG (SA:CMIG4) disparou 10 por cento, em meio a expectativas relacionadas à sucessão do governo de Minas Gerais.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 5,46 por cento, capitaneando os ganhos do setor bancário que, como um todo, ajudou a sustentar o Ibovespa.
- VALE cedeu 0,84 por cento, pesando do lado negativo, em meio à fraqueza dos preços do minério de ferro na China e tendo ainda no radar comentários do presidente dos EUA Donald Trump com tom positivo para o dólar.
- CIELO caiu 1,59 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, ainda sob efeito de notícias sobre a regulação do setor de cartões na quarta-feira. Entre elas, a Reuters reportou que o Banco Central quer estabelecer teto para as taxas cobradas pelas empresas de meios de pagamentos nas transações com cartões de débito.