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Ibovespa sobe com exterior, mas temor fiscal do Brasil limita ganhos

Publicado 11.11.2022, 08:46
Atualizado 11.11.2022, 12:10
© Reuters Ibovespa sobe com exterior, mas temor fiscal do Brasil limita ganhos
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O bom humor internacional estimula alta do Ibovespa, que tenta apagar as quedas nos dois últimos pregões. Só ontem, despencou 3,35%, aos 109.775,46 pontos, em reação a novos sinais desfavoráveis do novo governo sobre o fiscal. Com isso, caminha para fechar a semana em queda, depois de subir na passada. Até agora, o recuo semanal é de cerca de 6%.

Em meio à espera por um nome que componha o Ministério da Fazenda na nova gestão, segue o impasse na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que pode ser divulgada hoje. O que dá certo alento são alguns balanços de empresa e a notícia de alívio de medidas restritivas contra a covid-19 na China. O minério de ferro subiu em torno de 5% por lá e impulsiona as ações do segmento no índice Bovespa e de outras exportadoras, em dia de dólar cedendo ante o real para uma marca aquém de R$ 5,30.

Contudo, crescentes temores fiscais preocupam. Os papéis da Petrobras (BVMF:PETR4), por exemplo, têm instabilidade, e não conseguem seguir a valorização de cerca de 3% do petróleo no exterior, em meio a incertezas politicas no Brasil.

"A alta em ações de exportadoras ajuda, tem o real subindo, o minério por conta da China reabertura, mas o ambiente local ainda está muito dominado pelo político incertezas", avalia Rodrigo Jolig, CIO da Alphatree.

Conforme Jolig, se as sinalizações do novo governo forem confirmadas, o Brasil pode caminhar para uma situação semelhante à do Reino Unido, quando Liz Truss assumiu em outubro o cargo de primeira-ministra do país, adotando redução de impostos. Contudo, logo depois foi destituída.

"Tinha-se uma esperança de que o novo governo ia ser mais moderado, mas os nomes da transição não sugerem isso. Há economistas diversos e o mercado começa a suspeitar o que virá, em meio à tramitação da PEC que querem passar. É possível traçar um paralelo com a Inglaterra", avalia CIO da Alphatree.

Ontem, o relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI) disse que a equipe da transição trabalha com a ideia de retirar todo o Bolsa Família do teto de gastos "para sempre" na PEC. A previsão é de que o programa turbinado com um bônus de R$ 150 por criança de até seis anos custe R$ 175 bilhões em 2023.

E lideranças do Centrão se movimentam no Congresso para incluir na PEC uma flexibilização para liberar até o fim do ano R$ 7,9 bilhões de emendas do orçamento secreto que estão hoje bloqueadas.

"Será difícil alterar a percepção negativa do mercado após as sinalizações de ontem, sendo que há também o temor quanto ao posicionamento de Pérsio Arida, único membro defensor de políticas ortodoxas presente nas equipes de economia e planejamento. Eventual saída dele agravaria o estresse", avalia o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, em nota.

Entre os papéis que buscam recuperação estão alguns do setor financeiro. Ontem, o Itaú informou divulgou lucro líquido gerencial de R$ 8,079 bilhões no terceiro trimestre deste ano, uma alta de 19,2% ante o mesmo período do ano passado e em linha com a estimativa do Prévias Broadcast.

Às 11h15, o Ibovespa subia 0,89%, aos 110,747,61 pontos, após alta de 1,43%, aos 111.348,55 pontos (máxima). Petrobras caía 0,54% (PN) e 0,27%), enquanto Vale (BVMF:VALE3) avançava 4,29% e CSN ON (BVMF:CSNA3), quase 7%. Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) perdia 2,24%. Já Bradesco (BVMF:BBDC4) subia 2,28% (PN) e 1,17% (ON). Unit de Santander (BVMF:SANB11) tinha alta de 1,42% e Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), de 0,06%.

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