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Ibovespa tem instabilidade, mas defende os 132 mil pontos antes da divulgação da ata do Fed

Publicado 03.01.2024, 08:02
Atualizado 03.01.2024, 11:10
© Reuters.  Ibovespa tem instabilidade, mas defende os 132 mil pontos antes da divulgação da ata do Fed
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Ibovespa tem instabilidade nesta quarta-feira, 3. Após cair 0,23% na mínima, aos 132.389,71 pontos, passou a subir. A valorização veio após as ações da Petrobras (BVMF:PETR4) irem para o campo positivo, seguindo o petróleo. Já em Nova York, os índices futuros de ações permaneciam em baixa, enquanto o dólar à vista reduzia a alta e os juros futuros no Brasil subiam com um pouco mais de ímpeto, seguindo os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

A despeito do avanço dos Treasuries, sobretudo o de dez anos, Alexandre Mathias, estrategista chefe da Monte Bravo, pondera que o movimento não preocupa, após os fortes recuos nos dois últimos meses de 2023. Agora, diz, realiza um pouco, mas sem derrubar a ideia de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começar a cortar o juro básico neste ano.

"A inflação está bem comportada e permitiu ao Fed parar de subir os juros, colocando a expectativa de queda na agenda, Acreditamos que a redução começará em junho, e não em março como alguns estimam.", diz Mathias.

Por isso, o mercado espera a divulgação de dados dos EUA e a ata do Fed para ajustar suas apostas sobre quando se iniciará o corte dos juros americanos.

Os investidores estão preocupados e um pouco mais pessimistas em relação a quando e como será a velocidade de cortes das taxas de juros nos Estados Unidos, menciona em comentário matinal o economista Álvaro Bandeira. Porém, há um lado menos desfavorável quanto aos EUA, o de que não passará por uma recessão que era dada como certa, cita.

Após ceder mais cedo, o petróleo firmava alta, com o do tipo Brent que é referência para a Petrobras avançando quase 1,00%. Há relatos de que manifestantes da cidade de Ubari, do sudoeste da Líbia, fecharam o campo petrolífero de Sharara, um dos maiores e mais importantes do país. Com isso, há o temor de redução na oferta.

Apesar do recesso parlamentar no Brasil, os assuntos políticos chamam a atenção neste início de ano, em meio às rusgas entre os Poderes Legislativo e Executivo. A instabilidade nas relações já era notória desde a publicação, semana passada, da MP que suspende efeitos da desoneração da folha. E ganhou um ingrediente extra após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva barrar a ação do Congresso para ditar a liberação de emendas.

A despeito dos ruídos, Mathias, da Monte Bravo, ressalta que o importante é a manutenção do arcabouço fiscal e da meta de déficit zero para 2024. "Se o arcabouço e a meta forem preservados, o cenário benigno para o Brasil tende a continuar."

Neste ambiente cauteloso, o Índice Bovespa fechou a terça-feira, 2, em queda de 1,11%, aos 132.696,63 pontos, com os investidores em compasso de espera pela agenda desta quarta-feira e preocupações com a instabilidade na relação entre o governo e o Congresso.

"Não deveria perder o nível dos 131 mil pontos, sob pena de acelerar as realizações", alerta o economista Álvaro Bandeira.

A despeito da valorização de 2,83% do minério de ferro em Dalian, na China, as ações da Vale (BVMF:VALE3) recuavam 0,51% no horário citado acima. O Ibovespa cedia 0,12%, aos 132.5432,15 pontos, ante máxima aos 132.871,68 pontos, em alta de 0,13%.

Petrobras avançava 0,48% (PN) e 0,56% (ON), enquanto ações de grandes bancos passavam a subir também, com a maior elevação de 0,54% (Bradesco (BVMF:BBDC4) PN).

A agenda interna está esvaziada, com destaque apenas aos dados do setor externo. As transações correntes tiveram resultado negativo de US$ 1,553 bilhão em novembro, pior que a mediana das estimativas encontrada na pesquisa do Projeções Broadcast, de déficit de US$ 500 milhões. Ainda assim, trata-se do melhor desempenho para meses de novembro desde 2016. Já a entrada de Investimentos Diretos no País (IDP) surpreendeu em novembro e somou US$ 7,780 bilhões.

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