Investing.com - O Ibovespa zerou as leves perdas da abertura e opera acima dos 65 mil pontos nesta segunda-feira (3/4) apoiada por uma abertura positiva do mercado nos EUA, em meio a um ambiente político cada vez mais pesado internamente.
O índice abriu em queda, tocando nos 64.895 (-0,1%) e acelerou para superar os 65.000 ainda na primeira hora de negociação. Às 11h, o Ibovespa sobe 0,3% aos 65.210 pontos.
A Petrobras (SA:PETR4) opera com alta de 1,5% em dia instável para o petróleo no mercado internacional. Após avançarem durante a manhã o Brent e o WTI viraram para leves perdas após as 10h. No radar, está a aprovação no Cade da venda de fatia do campo de Iara para a francesa Total. Já na sexta-feira, a companhia comunicou que manteria os preços dos combustíveis.
Vale (SA:VALE5) registra leve alta de 0,2% em dia fechado de mercado fechado na China, sem negociação dos contratos de minério de ferro, balizador das ações da companhia. As siderúrgicas também operam com ganhos entre 0,5% e 1,5%.
A JBS cai mais de 1% com a decisão da Justiça Federal de Brasília de determinar o afastamento de Joesley Batista do conselho de administração da Eldorado Brasil e o bloqueio das ações da companhia em poder da holding de investimentos J&F, que pertence ao empresário. A holding controla a JBS (SA:JBSS3)), que não está diretamente envolvida na operação Greenfield.
O ambiente político, contudo, permanece no radar dos investidores. Amanhã terá início o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, de 2014, pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas há a expectativa que a sessão seja interrompida pelo pedido de vistas de um dos ministros da Corte logo após o relator do processo, o ministro Herman Benjamin, apresentar seu parecer, o que adiaria o julgamento por tempo indeterminado.
O ambiente político de Temer também ficou mais abalado com novo capítulo da disputa com Renan Calheiros. O senador, que foi um dos últimos caciques pemedebistas a abandonar a ex-presidente Dilma Rousseff, parece ser o primeiro a se afastar publicamente de Temer. A escolha do presidente para o Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região de um aliado de Eunício Oliveira marcou a última etapa entre o embate com Calheiros.
Permanece como uma tensão constante a expectativa pela quebra de sigilo das delações dos ex-executivos da Odebrecht pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eventuais preocupações dos parlamentares podem atrasar ainda mais o andamento da reforma da Previdência no Congresso.
Ainda no ambiente político, a revista Veja da semana trouxe a denúncia de que Aécio Neves teria recebido propina no exterior, o que enfraquece um dos principais aliados de Temer no Congresso.