Arena do Pavini - A economia americana continua enviando sinais de que caminha para um desaquecimento maior do que o esperado. Depois do Índice dos Gerentes de Suprimentos (ISM) das indústrias ontem vir no menor nível desde a recessão de 2008, hoje os dados de emprego no setor privado ficaram abaixo do esperado. Segundo a empresa Automatic Data Processing, ADP, foram criadas 135 mil vagas em setembro, abaixo dos 150 mil empregos esperados pelos analistas. O dado é uma prévia do número oficial do Departamento do Trabalho, o payroll, que sai amanhã. O receio dos analistas é que a maior economia do mundo desacelere demais e o Federal Reserve (Fed, banco central americano) não consiga reativá-la com juros mais baixos, como aconteceu do outro lado do Atlântico, onde o Banco Central Europeu (BCE) está com juros negativos e injetando dinheiro nos bancos, sem sucesso.
A notícia ajudou a derrubar as ações em Nova York. O índice Dow Jones desaba 1,73%, o S&P 500 1,66% e o Nasdaq 1,75%. Na Europa, a queda é ainda mais forte, com o Índice Euro Stoxx 600 perdendo 2,57%, o DAX, de Frankfurt, 2,27% e o CAC, de Paris, 2,80%. Na Alemanha, institutos de pesquisa econômica reduziram a projeção de crescimento da economia da zona do euro de 0,8% para 0,5% este ano.
No Brasil, o Índice Bovespa despenca 2,13% aos 101.834 pontos, acompanhando o cenário preocupante da economia mundial e ponderando o lado positivo da aprovação da reforma da Previdência com a derrota do governo na questão do abono do PIS/Pasep, que reduzirá a economia prevista em cerca de R$ 70 bilhões em 10 anos. Pesa também a informação de que os senadores pretendem adiar a votação da reforma em segundo turno para forçar o governo a conceder mais benefícios às bancadas que o apoiam.
Já o dólar está em queda, de 0,3%, vendido a R$ 4,151 no mercado comercial. Os juros estão em ligeira alta no mercado futuro da B3, com o contrato para janeiro de 2025 projetando 6,67%, 0,03 ponto percentual acima do fechamento de ontem.
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