Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - A alta de 13 pontos percentuais na inadimplência de lojistas de empreendimentos da Iguatemi (SA:IGTA3) no terceiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado não preocupa a companhia, pois a tendência de recuperação nas vendas em meio à flexibilização de medidas de quarentena continua no quarto trimestre, afirmaram executivos da empresa nesta sexta-feira.
A Iguatemi divulgou na noite de quinta-feira que a taxa de inadimplência de seus shoppings no terceiro trimestre foi de 13,4%. Apesar da alta ano a ano, a taxa caiu em relação aos 26,2% registrados no segundo trimestre deste ano.
"A extrapolação da crise sanitária que vivemos sobre o comportamento do consumidor é absolutamente equivocada...As pessoas cansaram de ficar em casa e aprenderam a circular pelas ruas", disse o presidente da Iguatemi, Carlos Jereissati, em teleconferência com analistas. Ele acrescentou que alguns shoppings da empresa já estão com fluxo de visitantes positivo em relação ao ano passado.
Segundo a vice-presidente financeira, Cristina Bettis, em outubro o comportamento das vendas nos shoppings da companhia "foi excelente". "Temos um terço dos shoppings acima do que foi em 2019", afirmou a executiva.
As ações da Iguatemi, que abriram o dia em queda, operavam alta de 1,05% às 11h55, entre os destaques positivos do Ibovespa, após a teleconferência em que os executivos defenderam a postura da companhia em ser "mais agressiva" na cobrança de aluguéis dos lojistas no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, quando a companhia concedeu grandes descontos.
"Outubro, mesmo com restrições presentes e nem todas as operações funcionando, mostrou vendas positivas", disse Jereissati. Ao falar sobre vacância, ele citou que fatores como IPOs de empresas de varejo e marcas novas ampliando operações tem ajudado. E acrescentou que em 2021 empresas internacionais de varejo vão inaugurar pontos de venda nos empreendimentos da companhia. Mas não citou nomes.
Bettis, por sua vez, comentou que no quarto trimestre alguns shoppings da Iguatemi "já estão zerados" em termos de descontos de aluguéis a lojistas, mas evitou dar detalhes.
Os executivos também evitaram fazer comentários sobre as expectativas para as vendas na temporada de compras formada pela Black Friday, no fim de novembro, e o Natal. "Vamos esperar o trimestre acabar para falarmos de Natal. Ainda está volátil", disse Bettis.