Por Steve Holland e Emily Flitter
WASHINGTON (Reuters) - Hillary Clinton, pré-candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos favorita nas pesquisas, atacou o pré-candidato republicano Donald Trump nesta segunda-feira por mostrar uma postura neutra a respeito dos esforços de paz no conflito israelo-palestino, uma prévia de um possível confronto entre os dois na eleição presidencial do dia 8 de novembro.
Em um dia no qual Trump visitava Washington, Hillary disse durante uma conferência do Comitê Americano-Israelense de Assuntos Públicos (Aipac, na sigla em inglês) que Trump minaria a segurança do Estado judeu ao adotar uma abordagem igualitária nas negociações entre israelenses e palestinos.
"A América jamais pode ser neutra quando se trata da segurança e da sobrevivência de Israel", afirmou Hillary à entidade de lobby pró-Israel, sem mencionar o empresário do setor imobiliário pelo nome. "Qualquer um que não entenda isso não tem lugar como nosso presidente."
Republicano favorito nas pesquisas de opinião, Trump deve falar à conferência do Aipac ainda nesta segunda-feira, assim como seus adversários, Ted Cruz, senador do Texas, e John Kasich, governador de Ohio. Bernie Sanders, senador de Vermont que disputa a indicação democrata com Hillary, não irá participar do evento.
Trump, ex-apresentador de reality show que vem tendo dificuldade para conquistar o establishment republicano, teve conversas particulares com um grupo de parlamentares do partido. Em uma sessão separada com o conselho editorial do jornal Washington Post, Trump revelou alguns dos nomes de sua equipe de política externa.
Entre eles estão Walid Phares, que Trump classificou com um especialista em contraterrorismo, George Papadopoulos, consultor do setor de petróleo e energia, e Joe Schmitz, ex-inspetor-geral do Departamento de Defesa dos EUA.
Trump atraiu críticas por sua posição no tocante às negociações de paz no Oriente Médio. O bilionário de Nova York se descreveu como extremamente pró-Israel, mas disse que adotaria uma postura "neutra" na tentativa de negociar um acordo de paz entre Israel e os palestinos.
Seus críticos afirmaram que ele pode prejudicar o apoio duradouro dos EUA a Israel. Hillary disse que, se eleita, terá como uma de suas prioridades preservar o relacionamento entre os norte-americanos e os israelenses, garantindo que Israel tenha uma vantagem militar qualitativa.
"Precisamos de mãos firmes, não de um presidente que diz ser neutro na segunda-feira, pró-Israel na terça-feira e Deus sabe o que na quarta-feira porque tudo é negociável", afirmou.
(Reportagem adicional de Susan Heavey, Mohammed Zargham, Susan Cornwell, David Morgan e Emily Stephenson)