Lula diz que não há espaço para negociação e rejeita "humilhação" de ligar para Trump
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia criticou duramente os Estados Unidos e a União Europeia, afirmando que está sendo injustamente visada por eles por causa de suas compras de petróleo russo, quando ambos comercializam extensivamente com Moscou, apesar da guerra na Ucrânia.
As críticas da Índia foram feitas após uma nova ameaça do presidente norte-americano, Donald Trump, na segunda-feira, de aumentar as tarifas sobre os produtos da Índia por causa de suas compras de petróleo russo, aprofundando o conflito comercial entre os dois países.
Em uma rara demonstração de unidade, o Partido Bharatiya Janata (BJP), do primeiro-ministro Narendra Modi, e o Congresso, principal partido de oposição, condenaram na terça-feira as repetidas críticas de Trump a Nova Délhi.
O Ministério das Relações Exteriores da Índia disse em um comunicado emitido no final da segunda-feira que "é revelador que as mesmas nações que criticam a Índia estejam elas mesmas se entregando ao comércio com a Rússia".
"É injustificado destacar a Índia", declarou o ministério. Disse que a UE realizou 67,5 bilhões de euros (US$78,02 bilhões) em comércio com a Rússia em 2024, incluindo importações recordes de gás natural liquefeito (GNL), atingindo 16,5 milhões de toneladas.
Segundo o comunicado, os Estados Unidos continuam a importar hexafluoreto de urânio russo para uso em seu setor de energia nuclear, paládio, fertilizantes e produtos químicos. O comunicado não forneceu uma fonte para as informações sobre exportação.
A embaixada dos EUA e a delegação da UE em Nova Délhi não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
Tanto os Estados Unidos quanto a UE reduziram drasticamente seus laços comerciais com a Rússia desde que a Rússia lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Em 2021, a Rússia foi o quinto maior parceiro comercial da UE, com uma troca de mercadorias no valor de 258 bilhões de euros, de acordo com a Comissão Europeia, órgão executivo da UE.
(Reportagem de Aftab Ahmed e Nidhi Verma)