Por Promit Mukherjee e Alexandra Ulmer
MUMBAI (Reuters) - A indiana Reliance Industries venderá uma fatia de 20% em sua unidade de refino e petroquímicos à saudita Saudi Aramco, o que deverá ajudar o conglomerado da Índia a reduzir dívidas, ao mesmo tempo em que dará à Aramco melhor acesso a um mercado em rápida expansão.
Embora os termos do acordo ainda não tenham sido finalizados, a Reliance obterá com a transação cerca de 15 bilhões de dólares, incluindo alguns ajustes de dívida, disse nesta segunda-feira o diretor-executivo da Reliance Industries, P.M.S. Prasad, acrescentando que as empresas esperam fechar o negócio até março de 2020.
Com a operação, a Reliance ainda comprará até 500 mil barris por dia de petróleo da Aramco, disse Prasad a jornalistas após uma assembleia geral de acionistas da empresa, destacando que isso seria mais que o dobro do volume que a Reliance atualmente compra junto à Aramco.
O acordo está ligado à busca da Aramco por expandir sua presença global em refino e comercialização com a assinatura de novos negócios, aumentando a capacidade de suas plantas e assegurando novos mercados para seu petróleo.
A Aramco está ampliando os negócios de refino e petroquímicas principalmente na Ásia, vendo o crescimento em petroquímica como central em sua estratégia de expansão, para reduzir riscos em meio a uma desaceleração da demanda por petróleo.
"Isso significa perfeita sinergia entre a maior produtora de petróleo do mundo e o maior complexo integrado de refino e petroquímicos", disse o presidente do conselho da Reliance, Mukesh Ambani, ao anunciar o negócio durante a assembleia de acionistas em Mumbai nesta segunda-feira.
Ambani, que é o homem mais rico da Ásia, disse que o acordo será o maior investimento estrangeiro da história da Reliance e também um dos maiores já realizados na Índia.
A joint venture com a Aramco irá cobrir todos ativos de refino e petroquímica da Reliance, assim como sua fatia de 51% em uma joint venture de petróleo no varejo.