Por Benjamin Cooper
SYDNEY (Reuters) - A segurança nos aeroportos da Austrália foi reforçada após a polícia frustrar um atentado à bomba de "inspiração islâmica" contra um avião, informou neste domingo a Polícia Federal australiana, que prendeu quatro suspeitos.
O reforço na segurança provocou alguns atrasos no transporte aéreo, e as autoridades alertaram para que os viajantes estejam preparados para possíveis interrupções no serviço aéreo ao longo da semana.
"Nos últimos dias, chegaram ao conhecimento de nossos investigadores informações sugerindo o planejamento de ataque terrorista em Sydney", afirmou à imprensa Andrew Colvin, comissário da Polícia Federal, ao lado do primeiro-ministro Malcolm Turnbull.
"Acreditamos se tratar de terrorismo de inspiração islâmica. O quê exatamente estaria por trás disso é algo que precisamos investigar completamente. Neste momento, não temos muita informação sobre o ataque específico, a localização, data ou hora. No entanto, investigamos informações que indicam a indústria da aviação como alvo potencial", acrescentou.
No sábado foram investigadas cinco propriedades nos subúrbios de Sydney: Surry Hills, Lakemba, Punchbowl e Wiley Park. De acordo com o comissário, a investigação em quatro dessas regiões poderá levar dias.
Segundo o permiê Turnbull, as agências de segurança e de inteligência da Austrália sugeriram, na quinta-feira, reforçar a segurança no aeroporto de Sydney, uma medida que se espalhou para os demais aeroportos nacionais e internacionais do país no sábado.
"Algumas das medidas serão óbvias para o público, outras não serão", disse Turnbull.
Aliada dos Estados Unidos, a Austrália está desde 2014 sob alerta para possíveis ataques de radicais islâmicos que retornam de batalhas no Oriente Médio.
As autoridades dizem ter frustrado uma série de potenciais ataques desde então, porém há registros de incidentes graves, incluindo a morte de um militante e dois reféns num café em Sydney, em dezembro daquele ano.
Cerca de 100 pessoas deixaram a Austrália para lutar na Síria ao lado de organizações como o Estado Islâmico, afirmou no mês passado o ministro australiano de Imigração.