Por Karin Strohecker
LONDRES (Reuters) - Gestores de portfólio investiram 30,7 bilhões de dólares em ações e títulos de mercados emergentes em dezembro, com a flexibilização monetária dos principais bancos centrais e o progresso nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China empurrando investidores para ativos mais arriscados, informou o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês).
Isso elevou o fluxo total de ações e dívidas nos mercados em desenvolvimento no ano passado para 310 bilhões de dólares, superando facilmente os fluxos de 2018, de 194 bilhões de dólares, quando as crises na Turquia e na Argentina afastaram alguns investidores, informou o IIF.
No entanto, 2019 ainda ficou aquém dos 375 bilhões de dólares que fluíram para mercados emergentes em 2017.
Em dezembro, as ações de mercados emergentes atraíram ingressos notáveis de 12,9 bilhões de dólares. O mercado chinês respondeu por 10,1 bilhões de dólares, o que significa que mercados fora da segunda maior economia do mundo tiveram ingresso líquido de capital para ações pela primeira vez desde julho.
As ações de mercados emergentes subiram mais de 5% em dezembro --melhor ganho mensal desde janeiro de 2019--, alavancadas por sinais de que Pequim e Washington estavam chegando perto da fase 1 de um acordo comercial, o que também catapultou Wall Street a recordes.
"Apesar disso, continuamos cautelosos quanto à força de longo prazo dos fluxos de ações fora da China devido ao excesso de posicionamento e estagnação secular nos mercados emergentes", escreveu o economista do IIF Jonathan Fortun em nota a clientes.
Enquanto isso, a dívida de mercados emergentes atraiu 17,8 bilhões de dólares no último mês de 2019, informou o IIF.
Fluxos positivos para bônus latino-americanos ajudaram no número total de aportes para a renda fixa, já que os fluxos para os mercados de dívida da Europa emergente estagnaram e os investidores de títulos tiraram dinheiro de África, Oriente Médio e Ásia.