Por Money Times - A venda inicial de ações (IPO) do banco BMG é a última chance de comprar ações de uma estreante na B3 em 2018. O banco mineiro, após algumas tentativas, está pedindo ao mercado um valor de até R$ 2 bilhões com a venda primária (recursos vão ao banco) e secundária (valor vai para os acionistas vendedores). A instituição financeira teria aceitado reduzir a avaliação de preço pedida aos investidores para um intervalo entre R$ 11 e R$ 14.
Os acionistas receberão “units”, que são papéis compostos por compostos por 1 ação preferencial e 3 recibos de subscrição, decorrente do aumento de capital que será realizado. Os recibos conferem o direito à 1 ação da oferta primária. O período de reserva começou no dia 4 de dezembro e se estende até o final desta sexta-feira (14). Os papéis iniciam a negociação na próxima quarta-feira (19). Portanto, é hora da decisão: vale a pena comprar?
O Money Times consultou as análises de cinco analistas independentes para ajudá-lo na decisão. Acompanhe, abaixo, a visão de cada um deles.
Eleven Financial – Crescimento acelerado
Tatiana Brandt e Raul Grego escrevem em sua avaliação que o BMG tem como principal vetor de crescimento dos resultados futuros o avanço acelerado da carteira de crédito, principalmente do cartão de crédito consignado, o diferencial do BMG.
“A dinâmica de expansão da carteira será favorecida por um ambiente econômico em trajetória gradual de crescimento, com aumento do consumo e da demanda por crédito pelas famílias e envelhecimento da população, combinado à ampliação dos canais de distribuição físicos e digital e fortalecimento de capital decorrente do processo de IPO”, explicam. Com isso, a recomendação de compra e com um preço-alvo de R$ 20.
Empiricus Research – Bom, mas caro
Max Bohm e Guilherme Ebaid, que assinam a avaliação, destacam que o BMG é um bom banco, mas parece caro ao preço sugerido. Eles destacam que já conheciam a operação do Banco BMG, mas se aprofundaram nas últimas semanas e encontraram uma instituição de destaque em seu nicho de atuação, com bom posicionamento estratégico no segmento de crédito e uma marca conhecida no setor financeiro.
“Apesar desses aspectos qualitativos positivos, o Banco BMG está tentando abrir capital a um valor de mercado que, na nossa opinião, está bem acima do que seria o justo, mesmo considerando o crescimento operacional que poderia acontecer nos próximos anos. Em outras palavras, um bom banco, mas com um valuation caro”, dizem. Com isso, a sugestão é de ficar fora.
Inversa Publicações – Potencial a ser capturado
O especialista em small caps da Inversa Publicações, George Chen, avalia que a companhia está passando por um momento interessante de melhora operacional, mas enfrenta o desafio de realizar uma transição estável para o meio digital.
O especialista, estima um preço justo de R$15 por ação, o que pode oferecer um upside interessante, a depender do preço de estreia do banco.
Levante – Vale a pena, mas só a R$ 11
Segundo a consultoria, o BMG tem uma ótima posição de liderança de mercado no varejo de crédito consignado, especificamente em cartões de crédito para funcionários públicos e aposentados. Além disso, o banco pretende crescer no mercado digital e de meios de pagamentos, com exposição ao emergente mercado de fintechs. “Com isso, são ótimas as perspectivas para o futuro”, destaca.
A recomendação da Levante é entrar no IPO, mas com uma ressalva. “Definimos que o preço máximo para entrada é de R$ 11,00, ou seja, no limite da banda inferior do preço. Acima desse valor, preferimos outros bancos consolidados e que já entregam resultados”, pontua a avaliação. O preço da oferta será definido na segunda-feira (17).
Suno Research – Esperar para ver
Felipe Tadewald e Tiago Reis entendem que o BMG possui algum potencial de crescimento, ganho de eficiência e de escala. O problema está no fato de que o preço sugerido considera um múltiplo de 40 vezes lucro. Ou seja, é um cenário otimista demais, o que traz receio. Um eventual deslize no crescimento, apontam, poderia resultar em quedas bastante expressivas das ações.
“Por hora, preferimos aguardar de fora e verificar se o banco conseguirá sucesso na sua estratégia de recuperação de rentabilidade e melhora do índice de eficiência, sendo que acompanharemos a evolução dos resultados e, caso um valuation mais atrativo se configure, com múltiplos mais condizentes com o perfil de risco do banco e do próprio setor, poderemos, eventualmente, recomendar as ações futuramente”, concluem.
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