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IRB Brasil caminha para fechar 2022 com pior desempenho do Ibovespa

Publicado 26.12.2022, 14:29
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SÃO PAULO (Reuters) - As ações do IRB Brasil (BVMF:IRBR3) se aproximam de fechar o ano com pior desempenho do Ibovespa, em meio à desconfiança sobre a capacidade da resseguradora de se sustentar diante de prejuízos seguidos, mesmo após um aumento de capital bilionário.

Até o momento, os papéis acumulam declínio de cerca de 77% em 2022, enquanto o Ibovespa, referência da bolsa brasileira, sobe ao redor de 3,7%. A maior queda no ano entre ações que estão no Ibovespa é de Americanas (BVMF:AMER3), cerca de 70%.

Nesta segunda-feira, a ação do IRB subia 1,1%, a 0,92 real, mas chegou a ser negociado a 0,63 real no começo de dezembro, mínima histórica intradia e uma fração dos 41,51 reais um dia registrados pelo papel, antes da crise de confiança que abalou o a confiança na empresa, principalmente em 2020.

Naquele ano, a gestora de recursos Squadra apontou irregularidades contábeis no IRB, o que, combinado com outros eventos, levou a uma reestruturação na administração.

Na semana passada, acionistas da companhia aprovaram o grupamento de ações na proporção de 30 para 1, que será efetivado em 25 de janeiro. Antes, no dia 5 de janeiro irão deliberar sobre ajuste no valor do capital social após o aumento de capital e no número de ações.

Em setembro, a fim de atender a requisitos regulatórios, o IRB realizou uma oferta de ações a 1 real por papel, levantando 1,2 bilhão de reais - o follow-on saiu com um desconto de 28,5% sobre a cotação de fechamento do dia da operação.

Também a fim de melhorar seu colchão de capital, o IRB anunciou planos para concluir a venda de sua sede no Rio de Janeiro, por 85 milhões de reais, e um acordo extrajudicial com a Casashopping envolvendo o recebimento de 100 milhões de reais.

Ainda assim, a resseguradora viu seu prejuízo no terceiro trimestre dobrar em relação ao mesmo período do ano anterior, diante de sinistralidade maior do que a esperada no segmento rural devido a efeitos climáticos. No segundo trimestre, a empresa também havia reportado um salto na perda líquida.

Nesse cenário, voltaram as preocupações com o risco de a empresa precisar de mais capital, e com analistas citando dificuldade de prever quando o IRB voltará a ser rentável.

A agência de classificação de risco Standard&Poor's cortou neste mês os ratings do IRB de 'brAAA' para 'brAA+, com perspectiva negativa, citando os resultados negativos nos dois últimos trimestres.

Em outubro, o IRB teve lucro líquido de 6,4 milhões de reais, o que analistas do Citi afirmaram que dá um "respiro" para o nível de capital do IRB, tema que continua sendo uma preocupação importante dos investidores.

A equipe do Citi liderada por Gabriel Gusan tem preço-alvo de 0,90 real para a ação do IRB, com recomendação neutra.

Para Eduardo Rosman e equipe, do BTG Pactual (BVMF:BPAC11), o resultado de outubro é "claramente uma boa notícia", embora ainda seja difícil estimar com precisão os números de novembro e dezembro.

Ele avaliam que se a empresa não apresentar resultados positivos nos próximos meses, poderá ser necessário outro aumento de capital no início de 2023.

Os analistas do BTG avaliam que "vender IRBR3 - uma estratégia vencedora até o momento - pode começar a se tornar mais perigoso". Entre as razões para essa visão estão perspectivas com a troca do presidente da empresa, bem como sondagens sobre a subscrição de agronegócio.

"Mas o problema continua o mesmo: construir a 'ponte' para chegar lá, do outro lado deste rio 'selvagem'... Precisamos esperar mais alguns meses para ter uma visão mais clara", afirmaram em relatório de 21 de dezembro.

Em novembro, Raphael de Carvalho renunciou ao cargo de presidente-executivo, após pouco mais de um ano na posição, sendo substituído por Marcos Falcão, conselheiro do IRB desde maio de 2020 e ex-presidente da Icatu Seguros.

Mais cedo em dezembro, Falcão afirmou à Reuters que a resseguradora não planeja fazer uma novo aumento de capital, mesmo depois de novos resultados negativos, e aposta numa melhora de gestão e dos números operacionais nos próximos meses para voltar ao azul em 2023.

"Este ano é para arrumar a casa e começar 2023 em uma outra velocidade. O primeiro trimestre vai ser um grande trimestre de ajuste...e a partir do segundo trimestre o negócio já estar encaminhado" com relação a seus objetivos, acrescentou.

As ações do IRB devem deixar de fazer parte do Ibovespa na carteira de janeiro a abril, conforme a segunda prévia do índice, divulgada no último dia 16. Uma terceira preliminar está prevista para o final desta semana.

 

(Por Paula Arend Laier)

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