Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O IRB Brasil (SA:IRBR3) RE comunicou nesta sexta-feira que encontrou irregularidades no pagamento de supostos bônus a ex-diretor e outros colaboradores da resseguradora e suas controladas, em montante já identificado de aproximadamente 60 milhões de reais.
Apurações internas, segundo a empresa, também identificaram que em fevereiro e março de 2020 foram realizadas operações de recompra de ações da companhia que ultrapassaram as quantidades autorizadas pelo conselho de administração em 2.850.000 ações.
Ainda, após conclusão de investigação independente realizada pela KPMG Assessores Ltda. e Felsberg Advogados, o IRB disse que foram identificados os responsáveis pela disseminação de informação inverídica acerca da base acionária da companhia - notadamente no tocante a Berkshire Hathaway -, "os quais praticaram estes atos irregulares, em caráter individual, fora de seus mandatos e de seus poderes regulares de gestão".
A resseguradora afirmou que "os responsáveis primários já identificados por todas estas irregularidades apuradas não integram mais os quadros da companhia" e acrescentou que "tomará as devidas providências legais a fim de se ressarcir de todos os prejuízos que lhe foram causados por condutas irregulares cometidas pelos indivíduos envolvidos".
Segundo o IRB, todas essas operações foram realizadas à revelia do conselho de administração.
Questionamentos da gestora de recursos Squadra sobre práticas contábeis e alegações de que a administração induziu investidores erroneamente a acreditarem que a Berkshire Hathaway tinha comprado ações da empresa desencadearam uma crise de confiança na resseguradora, derrubando as ações e levando a uma ampla reformulação no comando da companhia.
No ano, os papéis contabilizam uma perda de mais de 70%, pior desempenho do Ibovespa, que contabiliza um declínio de 17% no ano.