Por Maayan Lubell
JERUSALEM (Reuters) - A polícia israelense isolou a casa da família de um atirador palestino em Jerusalém dois dias depois de ele ter matado sete pessoas do lado de fora de uma sinagoga, enquanto aumentam os temores de uma possível escalada na instabilidade mais mortal em anos em Jerusalém e na Cisjordânia.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou planos neste domingo para facilitar aos israelenses o porte de armas depois do ataque à sinagoga, o mais mortal contra judeus na área de Jerusalém desde 2008. O ataque aconteceu um dia após o Exército de Israel lançar a ofensiva mais mortífero em anos na cidade de Jenin, na Cisjordânia, território palestino.
Desde então, um menino palestino de 13 anos abriu fogo contra um grupo de israelenses que transitavam por Jerusalém no sábado, ferindo dois antes de um dos civis atirar e feri-lo. Neste domingo, moradores de um vilarejo palestino nos arredores de Ramallah, na Cisjordânia, disseram que um grupo de um assentamento israelense próximo havia queimado uma casa e destruído portas e janelas de outra.
Netanyahu disse que facilitar aos israelenses a obtenção de armas reduzirá a violência: "Nós temos visto, repetidamente... que civis heroicos, armados e treinados salvam vidas."
Outras medidas serão tomadas para fortalecer os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada, e para revogar os direitos de residência de parentes de palestinos que cometem ataques. Israel dará uma resposta "poderosa, rápida e precisa" ao ataque de sexta-feira, disse Netanyahu.
Um palestino morreu neste domingo devido aos ferimentos do ataque israelense de quinta-feira em Jenin, elevando o número de mortos para dez, incluindo pelo menos dois civis. Até agora, pelo menos 31 palestinos foram mortos neste mês em confrontos com o exército israelense na Cisjordânia.
O ano passado foi o mais mortal em mais de uma década para civis e militantes palestinos da Cisjordânia.
O tiroteio de sexta-feira na sinagoga representa um desafio para Netanyahu, que retornou ao poder em dezembro à frente do governo mais extrema-direita da história de Israel.
Militares israelenses disseram no sábado que estavam enviando tropas adicionais à Cisjordânia. Ainda assim, não havia qualquer sinal imediato de que Israel esteja se preparando para uma resposta militar em larga escala contra os palestinos.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, não comentou o ataque de sexta-feira e no sábado culpou Israel pela violência. O atirador aparentemente agiu sozinho e foi morto a tiros por policiais enquanto tentava fugir do local, segundo a polícia.