Por Tatiana Bautzer
SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco, maior banco do país, adquiriu uma fatia minoritária de 49,9 por cento na XP Investimentos por 6,3 bilhões de reais, informou o banco em comunicado na noite de quinta-feira.
O acordo celebrado entre as partes prevê pagamento de 5,7 bilhões de reais aos acionistas do fundo de private equity General Atlantic e da gestora Dynamo por suas ações na corretora. Adicionalmente, o Itaú Unibanco fará aporte de 600 milhões de reais na XP.
O documento informa, ainda, que o banco poderá adquirir fatias adicionais de 12,5 por cento cada em 2020 e 2022, elevando sua participação na corretora para 74,9 por cento.
Ainda conforme os termos da transação, o Itaú indicará dois dos sete membros do conselho de administração da XP.
Os sócios da corretora liderados pelo fundador e presidente Guilherme Benchimol manterão o controle da XP e a administrarão de forma independente do Itaú por pelo menos sete anos.
"Mesmo após a conclusão das compras, o controle da companhia continuará com os atuais acionistas da XP, com 50,1 por cento das ações com direito a voto", esclareceu a XP em nota.
Em 2024, Benchimol e seus sócios terão a opção de vender a fatia remanescente de 24,1 por cento para o Itaú Unibanco. Se optarem por não fazê-lo, o banco poderá exercer opção de compra da totalidade da participação em 2033.
Em nota, a XP destaca que o acordo ainda está sujeito, entre outras condições, à aprovação por parte de órgãos reguladores.
O contrato firmado atribui um valor de 12 bilhões de reais à corretora, o equivalente a cerca de 20 vezes o lucro líquido. A cifra fica no patamar mais baixo do intervalo de valor (valuation) inicialmente planejado por acionistas da XP para abertura de capital.
Na quarta-feira, a XP pediu registro para oferta inicial de units (IPO, na sigla em inglês), horas depois de admitir que conversava com o Itaú Unibanco sobre uma possível venda de participação na companhia.
(Reportagem adicional de Gabriela Mello)