Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) registrou lucro recorrente de 8,74 bilhões de reais no segundo trimestre, avanço de 13,9% frente ao mesmo período do ano passado, com os índices de inadimplência se mantendo praticamente estáveis na base trimestral, informou o maior banco privado do país nesta segunda-feira.
O lucro contábil, que não exclui itens extraordinários, foi de 8,48 bilhões de reais, avanço de 14%.
Analistas esperavam, em média, lucro de 8,63 bilhões de reais no segundo trimestre, com base em dados coletados pela Refinitiv.
A inadimplência acima de 90 dias do Itaú teve leve alta no período de abril ao fim de junho, para 3%, ante 2,9% no primeiro trimestre de 2023 e 2,7% no segundo trimestre do ano passado.
"O aumento está relacionado à carteira de micro, pequenas e médias empresas no Brasil", disse o Itaú, em referência à comparação trimestral. "Vale destacar a estabilidade no segmento de pessoas físicas e de grandes empresas no Brasil", acrescentou o banco, que classificou o nível de sua qualidade de crédito como de "bom patamar".
Na inadimplência de curto prazo, de 15 a 90 dias, o índice ficou em 2,5%, mesmo patamar do primeiro trimestre e acima do nível de 2,1% visto um ano antes.
A carteira de crédito total do Itaú ficou em 1,15 trilhão de reais, alta de 6,2% na base anual, enquanto o retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado, um indicador de rentabilidade dos bancos, foi de 20,9%, contra 20,8% no segundo trimestre do ano passado.
O Itaú Unibanco é o último dos grandes bancos privados de varejo do país a divulgar resultado do segundo trimestre, e o primeiro a ter reportado alta no lucro na comparação anual.
Na semana passada, o Bradesco (BVMF:BBDC4) divulgou queda de 35,8% no lucro líquido recorrente em relação ao mesmo período de 2022. Já o Santander Brasil (BVMF:SANB11), no final de julho, anunciou um recuo de quase 45% no lucro líquido.
O Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), de controle estatal, divulga resultado trimestral na quarta-feira.
A margem financeira gerencial do Itaú Unibanco foi de 26 bilhões de reais no segundo trimestre, avanço de 14,8% sobre um ano antes, com alta de 13,4% na margem com clientes.
Já a receita de prestação de serviços e resultado de seguros cresceu 1,4%, para 12,4 bilhões de reais.
Nas despesas, o custo do crédito alcançou 9,4 bilhões de reais, crescimento de 25,3% ano a ano, enquanto na base trimestral a alta foi de 3,9%.
"O aumento do custo do crédito no trimestre ocorreu principalmente em função da maior despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa nos negócios de atacado no Brasil, devido à normalização do fluxo de provisionamento neste segmento", disse o Itaú.
As despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa somaram 9,6 bilhões de reais, alta de 6,7% na comparação trimestral e de 23% na base anual.
Outras despesas operacionais subiram 7,3% contra um ano antes, a 16,7 bilhões de reais.
O Itaú Unibanco ainda revisou projeções para o ano, reduzindo a estimativa de crescimento da receita de prestação de serviços e resultado de seguros para o intervalo de 5% a 7%, ante expectativa de alta de 7,5% a 10,5% anteriormente.
O banco também diminuiu a estimativa para a alíquota efetiva de IR/CS em 2023 para o intervalo de 27% a 29%, de entre 28,5% e 31,5%.