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Porto tira 'Seguro' do nome, lança banco e mira atuação em vários seto

Publicado 13.04.2022, 05:49
© Reuters.  Porto tira 'Seguro' do nome, lança banco e mira atuação em vários seto
PSSA3
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Após quase oito décadas, a Porto Seguro (SA:PSSA3) vai alterar sua marca, passando a se chamar apenas Porto. A mudança foi anunciada nesta terça, 12, no evento para investidores da companhia chamado Porto Day. A mudança do nome - como também fez a Via Varejo (SA:VIIA3), que virou apenas Via - vem junto com ambições de ampliar a atuação da Porto em diferentes setores, como o bancário. A empresa anunciou também o lançamento do Porto Seguro Bank, que reúne produtos e serviços financeiros já oferecidos - o que, segundo a própria empresa, já o coloca entre os 15 maiores bancos digitais do País.

"Temos muita clareza da nossa proposta de valor, mas percebemos que falta sermos reconhecidos por essa pluralidade de soluções para clientes e para EMPresas", disse o presidente do conselho de administração da companhia, Bruno Garfinkel. "A partir de hoje, a Porto Seguro é Porto."

A mudança transforma a empresa em uma espécie de holding. Assim, os negócios da companhia ganharão marcas próprias, com estrutura e maior capacidade de crescimento individual - a área de seguros será Porto Seguros; a de Saúde, Porto Saúde; e a de serviços financeiros, Porto Seguro Bank.

Trata-se de um movimento que a empresa já vem fazendo há dois anos, especialmente para ampliar e fidelizar a sua base de clientes, segundo Garfinkel. Não por acaso, a sua área de serviços tem ganhado cada vez mais participação dentro da receita da empresa, e isso deve crescer ainda mais. Em entrevista recente ao Estadão, o presidente da Porto, Roberto Santos, afirmou que o plano é de que a área de serviços represente 10% dos negócios até 2025.

Para se ter ideia do tamanho do crescimento que será necessário, essa área representou no ano passado 1,63% de toda a receita da companhia, que foi de R$ 21,5 bilhões. Ou seja, em um cenário em que a receita da empresa se mantivesse no mesmo patamar, a área teria de aumentar mais de seis vezes.

Para dar conta desse crescimento, a Porto tem ido às compras. Em janeiro deste ano, fez um aporte na Plugify, startup que atua no segmento de hardware como serviço e oferece equipamentos como computadores, notebooks e celulares para empresas. Em junho do ano passado, a companhia pagou R$ 165 milhões por 50% do negócio da ConectCar, de tags de pedágios e estacionamentos. Segundo Santos, outras aquisições estão no radar, que servirão até para "impregnar conceitos disruptivos dentro da empresa", na visão do executivo.

Um novo banco

Em período de testes há alguns meses, o banco digital Porto Seguro Bank faz a sua estreia oficial com 3,5 milhões de clientes, receita anual de R$ 3,6 bilhões e ativos de crédito que somam R$ 13 bilhões. Os atuais clientes dos produtos financeiros da empresa, como o cartão, serão migrados para o Porto Seguro Bank. A conta digital está em fase beta, ou seja, de testes das funcionalidades.

"Temos produtos e serviços de banco e crescemos de maneira consistente", afirmou o presidente da vertical, Marcos Loução. Segundo ele, todas as soluções financeiras foram reestruturadas e poderão ser acessadas através de um aplicativo para celulares. A companhia terá conta digital, com cartão e outras funcionalidades, semelhante às que outros bancos digitais já oferecem.

A ideia da Porto é ter um super aplicativo que amplie o contato dos seus clientes com a empresa. "O cliente vai entrar na sua conta digital, ver a fatura do cartão crédito, e eu consigo oferecer ofertas exclusivas para ele", disse Santos ao Estadão no mês passado.

Startups aliadas

O presidente da Porto Seguros, nova marca da vertical de seguros, Marcelo Picanço, afirmou ontem que a companhia enxerga as insurtechs, ou startups da área de seguros, como aliadas, e não como inimigas, destacando ainda que a Porto segue valorizando suas parcerias com o Itaú (SA:ITUB4) e com os tradicionais corretores.

Segundo o executivo, no mercado de seguros, o foco seguirá na inclusão de clientes que ainda não possuem apólices. Ele ressaltou que apenas um terço da frota de automóveis do País tem seguros, e, entre as residências, só 15% estão cobertas. Para trazer mais clientes, a Porto tem buscado ampliar a oferta dentro do segmento e com tíquetes mais baixos, como o seguro para animais de estimação.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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