SÃO PAULO (Reuters) - A JBS (SA:JBSS3), maior empresa de carnes do mundo, disse que os lockdowns relacionados a Covid-19 na China não afetarão a demanda por produtos da companhia no país, embora os efeitos na logística continuem sendo uma preocupação, afirmou a administração da companhia em conferência com analistas nesta quinta-feira.
Durante o primeiro trimestre, os estoques de carnes aumentaram nos Estados Unidos por causa de questões logísticas que também prejudicaram os portos norte-americanos, elevando os custos dessa unidade de negócios. Ainda assim, a China é vista como importadora de carne bovina de longo prazo devido aos baixos níveis de consumo per capita, disseram executivos da JBS.
O lucro registrado pela JBS no primeiro trimestre superou as expectativas, apesar dos preços globais de grãos mais altos e das exportações mais baixas de carne suína para a China, com os negócios de carne bovina e de aves dos EUA apresentando bom desempenho.
As ações da companhia subiram 1,7% no início do pregão em São Paulo, mas depois reduziram quase todos os ganhos em 35,91 reais às 11h50 (horário de Brasília).
Os analistas do Citi reiteraram sua classificação de compra da ação e aumentaram o preço-alvo para 50 reais por ação após os resultados trimestrais.
Os analistas do Credit Suisse (SIX:CSGN) disseram que permanecem positivos com a tese de investimento da JBS, pois acreditam que "o impulso às operações permanecerá sólido nos próximos trimestres".
No entanto, o Credit Suisse vê a disponibilidade de gado em declínio gradual nos Estados Unidos pressionando os preços dos novilhos gordos.
Isso deve ser compensado pela forte demanda dos EUA por carne bovina, especialmente quando os norte-americanos iniciam a temporada de churrasco, disseram eles.
Apesar do crescimento de dois dígitos das vendas em todas as unidades de negócios no primeiro trimestre, a JBS reconheceu um cenário desafiador no Brasil, seu mercado doméstico.
No país sul-americano, onde a taxa de inflação de 12 meses ficou em 12,1% até abril, a demanda por carne bovina está em mínimos históricos devido ao alto desemprego e à desaceleração econômica.
(Por Ana Mano)