Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - A JBS (SA:JBSS3), maior processadora de carne bovina do mundo, está pronta para colher os benefícios da demanda adicional decorrente do surto de febre suína africana na China, que reduziu a produção de carne suína.
Nos primeiros quatro meses do ano, as vendas de carne bovina da unidade australiana para a China subiram 80%, disseram executivos da JBS nesta terça-feira durante uma teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre.
"No Brasil, já estamos vendo um aumento nas exportações de carne suína, tanto em volume quanto em preço", disse a analistas o presidente-executivo, Gilberto Tomazoni.
O executivo afirmou esperar que as vendas de todas as proteínas, e não apenas da carne suína, aumentem devido ao vírus.
O recente surto da doença na China impulsionará a geração de fluxo de caixa da companhia nos próximos trimestres, disseram analistas do Itaú BBA em nota aos clientes.
O Itaú (SA:ITUB4) acredita que a doença pode levar a JBS a gerar lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de até 21 bilhões de reais em 2020.
Às 11:30, as ações da JBS valorizavam-se 4,9%, a 20,71 reais. Na véspera, a companhia informou que o lucro líquido mais do que dobrou no primeiro trimestre.
A receita líquida total subiu 11,5% no período, para 44,37 bilhões de reais com ajuda de sua divisão de carne bovina nos Estados Unidos e da Pilgrim's Pride.
Em cada uma dessas divisões, a receita líquida subiu mais de 15%, informou a JBS.