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Investing.com - A Dyne Therapeutics está posicionada como uma grande beneficiária da aquisição de US$ 12 bilhões da Avidity Biosciences pela Novartis, afirmaram analistas da Jefferies, chamando o acordo de forte validação das terapias baseadas em RNA para doenças musculares raras.
"Vemos a DYN como uma das principais beneficiárias da entrada da Novartis no campo das terapêuticas de RNA", disse o analista Andrew Tsai em uma nota.
A Jefferies reiterou sua classificação de Compra e meta de US$ 50 para a Dyne, afirmando que a empresa negocia a um "valor de mercado barato de US$ 2,4 bilhões" apesar de potencialmente ter ativos pioneiros no mercado e uma avaliação implícita de US$ 4,5-6 bilhões.
A Novartis concordou em comprar a Avidity por US$ 72 por ação em dinheiro, um prêmio de 46% sobre seu último fechamento, avaliando a empresa em cerca de US$ 12 bilhões.
O acordo abrange os três programas neuromusculares em estágio avançado da Avidity — del-desiran para distrofia miotônica tipo 1 (DM1), del-brax para distrofia facioescapuloumeral (FSHD) e del-zota para distrofia muscular de Duchenne (DMD) — junto com sua plataforma de conjugados anticorpo-oligonucleotídeo (AOC).
O portfólio de cardiologia de precisão em estágio inicial da Avidity será desmembrado em uma "SpinCo" separada, que será liderada pela diretora de programas Kathleen Gallagher e capitalizada com US$ 270 milhões em dinheiro.
Após o anúncio do acordo, a Raymond James rebaixou a Avidity de Compra Forte para Desempenho de Mercado.
"Acreditamos que este acordo é estrategicamente sólido e não prevemos problemas que impeçam o fechamento do negócio", escreveu o analista Martin Auster, acrescentando que a Novartis é uma "compradora lógica" dada sua presença em mercados neuromusculares raros através de medicamentos como o Zolgensma.
A aquisição deve ser concluída no primeiro semestre de 2026, pendente aprovações dos acionistas e regulatórias.
Tsai disse que a compra "sinaliza o interesse das grandes farmacêuticas em novas modalidades de RNA" e pode alterar a dinâmica competitiva na DM1, onde o DYNE-101 da Dyne pode agora chegar primeiro ao mercado.
O ensaio HARBOR de Fase III da Avidity estava anteriormente à frente, mas a Novartis agora espera dados de 54 semanas no segundo semestre de 2026, com registros globais adiados para 2027.
Em contraste, a leitura de Fase II da Dyne em meados de 2026 poderia apoiar uma submissão nos EUA ainda naquele ano sob a via de aprovação acelerada.
Tsai estima que os programas de DM1 e DMD da Dyne representam uma oportunidade de receita combinada de US$ 3-4 bilhões, com dois potenciais lançamentos de produtos já em 2027.
Ele também destacou que o acordo da Novartis implica aproximadamente US$ 3 bilhões em vendas incrementais até 2029, refletindo a escala de oportunidade para terapias de RNA.
O analista acredita que o programa de DM1 da Dyne pode se provar superior ao da Avidity em eficácia e segurança, citando a ausência de anemia e evidências de benefícios cognitivos nos dados iniciais.
