SÃO PAULO – A equipe de análise do JPMorgan cortou a recomendação para as ações da Ambev (SA:ABEV3) (ABEV3) de compra para neutro (equivalente a manutenção).
O preço-alvo estimado para a ação da companhia ao fim deste ano também foi reduzido, de R$ 21,10 para R$ 20,60. Esse valor equivale a um potencial de valorização de 8,8% em relação ao preço da ação na tarde desta sexta-feira (6). Por volta das 15h40, a ação caía 1,04%, cotada a R$ 18,94.
“Recomendamos reduzir a exposição em Ambev e trocar para empresas de beta mais alto como Renner e Raia”, diz a analista Andrea Teixeira em relatório da quinta-feira (5).
Ela lista três motivos para a revisão. O primeiro é um crescimento mais lento, levando a um avanço de lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) mais modesto, de um dígito nesse ano.
O segundo fator é que a volatilidade do lucro sobre ação deve continuar alta já que a companhia está contabilizando em seu resultado o hedge (proteção) de seu fluxo de caixa, ou seja, as variações no valor justo do instrumento derivativo são reconhecidas direto no resultado.
O terceiro motivo é o aumento de impostos em Estados importantes, que desencadearam alta dos preços e perda de participação de mercado fora de época.
“Estamos adotando números mais conservadores para volume e preço médio; essa nova estimativa ainda assumo uma recuperação nas vendas e no Ebitda no Brasil e queda de volume de 4,6% em cerveja brasileira”, diz a analista.
A Ambev divulgou os resultados do primeiro trimestre nesta semana. A gigante de bebidas reportou lucro líquido de R$ 2,89 bilhões de janeiro a março, queda de 2,3% sobre o mesmo período do ano anterior, diante de maior despesa financeira e com o desempenho negativo no Brasil pesando apesar de resultados sólidos no exterior.