Por Ruben Sprich
BERNA (Reuters) - O governo suíço apresentou nesta quarta-feira um projeto de lei para limitar a imigração proveniente da União Europeia, após a medida ter sido aprovada num referendo, mas disse estar buscando formas de negociar com o bloco europeu de modo a não violar certos tratados, incluindo aqueles que estabelecem a livre movimentação de pessoas.
A proposta de lei surge após um bem-sucedido referendo lançado pelo Partido do Povo Suíço (SVP), de direita, com a meta de estabelecer cotas de imigração. A medida recebeu forte oposição do governo, assim como de banqueiros, farmacêuticos e profissionais de outras indústrias que dependem fortemente da contratação de trabalhadores qualificados da UE.
A Suíça corre o risco de violar tratados bilaterais, incluindo aqueles sobre a livre movimentação de pessoas e trabalhadores entre o país e a UE.
O governo planeja estabelecer limites anuais para o número de pessoas permitidas a se mudar para trabalhar na Suíça, disse a presidente do país, Simonetta Sommaruga, sem dar mais detalhes.
Segundo o projeto, os empregadores são obrigados a dar preferência a suíços na contratação de funcionários, embora deva haver exceções no caso de certas funções que se mostrem comprovadamente difíceis de preencher.
"A UE espera que a Suíça honre as obrigações derivadas desse acordo (de livre movimentação de pessoas)", disse a porta-voz da UE, Maja Kocijancic.
Estrangeiros compuseram mais de 24 por cento da população suíça no fim de 2013, uma das maiores proporções entre países ocidentais, diante dos 15 por cento registrados há 30 anos.