SÃO PAULO (Reuters) - A Klabin (SA:KLBN11) deve conseguir implementar um aumento no preço da celulose vendida para a China após o feriado do ano novo lunar, mas o reajuste deve ficar abaixo dos 20 dólares por tonelada anunciados anteriormente, afirmou executivo da empresa nesta sexta-feira.
A produtora de papel para embalagens e celulose conseguiu implementar parte do reajuste nesta primeira semana de fevereiro, mas o aumento no final "vai ser alguma coisa entre 10 e 15 dólares", disse o diretor comercial de celulose da Klabin, José Soares, em teleconferência com analistas sobre os resultados do quarto trimestre.
"Estamos tendo dificuldade em encontrar decisores...Estamos com dificuldade de locução. Parte vai ser implementado", disse Soares ao ser questionado sobre os impactos do surto de coronavírus na China nas exportações de celulose da companhia.
O executivo afirmou que a Klabin terá uma clareza maior sobre os impactos do surto na demanda chinesa por celulose a partir da próxima semana, quando termina o feriado prolongado do ano novo lunar.
"A saída de porto tem sido similar a todos os eventos de ano novo chinês....Quem pode usar barcaça ou trem (para transportar a celulose do porto na China) continua normal, quem tem caminhão passa a enfrentar problema", disse Soares sobre as restrições de movimentação da população ordenada por autoridades chinesas para frear a disseminação do vírus.
Sobre as operações no Brasil, a expectativa da Klabin para este ano é que o custo caixa de produção de celulose fique no mesmo patamar de 2019, ajustado pela inflação. No quarto trimestre, o indicador foi de 687 reais por tonelada, uma redução de 2% sobre o mesmo período de 2018.
A Klabin vai investir neste ano 3,8 bilhões de reais na fábrica de celulose que está construindo no Paraná e conhecida como Projeto Puma 2. Além disso, a empresa vai investir outros 900 milhões de reais no restante de suas operações.
Por conta do esforço de construção da nova linha, a empresa considera como "muito difícil" fazer algum movimento de consolidação no mercado de papelão ondulado na América Latina, disse o diretor-geral da Klabin, Cristiano Teixeira. "Estamos em um ciclo de investimento importante da empresa e é muito difícil fazer um movimento neste momento. Estamos olhando, mas as dificuldades são enormes", disse o executivo.
Segundo Teixeira, a forte demanda por papéis para embalagens verificada no quarto trimestre no Brasil continua no primeiro trimestre, "o que dá boa expectativa para o ano".
(Por Alberto Alerigi Jr.)