Por Gabriel Stargardter
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Assaltantes armados atacaram vários bancos em Araçatuba, cidade no interior do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira, e utilizaram reféns como escudos humanos, deixando para trás artefatos explosivos e atirando contra a polícia em um ataque que deixou pelo menos três mortos, informou um oficial de segurança do Estado.
O ataque, que ocorreu por volta da meia noite na cidade que tem aproximadamente 200 mil habitantes, é o mais recente de uma série de assaltos a bancos cada vez mais violentos no país. Especialistas acreditam que o pagamento do auxílio-emergencial durante a pandemia de Covid-19 encorajou os ladrões a planejarem invasões ousadas em cidades mais pacatas, onde agências bancárias estão armazenando mais dinheiro.
Mais de 20 homens fortemente armados realizaram o ataque, usando 10 carros, disse Álvaro Camilo, secretário-executivo da Polícia Militar de São Paulo, em coletiva de imprensa. Ao fugir, os criminosos usaram reféns como escudos humanos e incendiaram carros, deixando explosivos para trás, informou a Polícia Militar em comunicado.
Os infratores utilizaram drones para monitorar as ruas conforme entravam na cidade, realizavam o ataque e fugiam, disse o comunicado. Camilo pediu às pessoas que evitem sair de suas casas até que os explosivos sejam encontrados e desativados.
Houve dois tiroteios separados com a polícia e três pessoas morreram, disse Camilo. Duas das vítimas eram moradores locais, enquanto um dos supostos envolvidos também foi morto.
O comunicado afirma que pelo menos dois suspeitos foram capturados. Um ciclista, ao passar próximo a um artefato explosivo, foi vítima da explosão e teve uma das pernas amputada, acrescentou.
Há mais de 350 policiais na cidade, com dois helicópteros, na busca pelos criminosos, disse Camilo.
Ele acrescentou que uma agência do Banco do Brasil (SA:BBAS3) em Araçatuba era um repositório para armazenar dinheiro --algo que as autoridades estaduais desconheciam.
No final de dezembro do ano passado, ocorreram dois ataques semelhantes a bancos em dias seguidos nas cidades de Cametá e Criciúma, ambos os casos nas agências do Banco do Brasil.
Camilo disse que ainda é cedo para dizer se essa ocorrência está relacionada a outros ataques recentes.
O país tem uma longa história de assaltos a bancos e as instituições financeiras têm enfrentado uma onda de roubos violentos nos últimos anos.