SÃO PETERSBURGO, Rússia (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, acusou alguns dos "quase-parceiros" da Rússia nesta segunda-feira de contarem com o colapso do país afastando seus bancos do sistema financeiro global em um momento de queda do preço do petróleo.
Em São Petersburgo, segunda maior cidade russa, Putin disse que ficou provado que eles estão errados e que a economia resistiu facilmente à crise, aprofundada pelas sanções ocidentais impostas a Moscou em função de suas políticas para a Ucrânia.
"Após a queda no preço do petróleo de 100 dólares o barril para 50, 160 bilhões de 500 deixaram de entrar na economia", afirmou, aparentemente mencionando valores em dólares.
"É uma grande cifra. E, ao mesmo tempo, nossos quase-parceiros limitaram o acesso de nossos bancos a um refinanciamento nos mercados europeus."
Putin não deixou claro o que incluiu em seus cálculos. A Rússia perdeu receita por causa da redução no lucro das exportações em dólares, de um declínio acentuado no investimento estrangeiro e da fuga de capitais.
"Aparentemente, alguém contava com algum tipo de colapso", afirmou o presidente aos parlamentares. "Não houve nenhum colapso. A economia russa está superando facilmente estas barreiras artificiais ... o auge dos pagamentos (da dívida) passou. Se alguém esperava causar algum tipo de colapso, não deu em nada."
Putin e seu governo têm demonstrado otimismo crescente com a economia e alardeado uma reação do rublo, que se recuperou em cerca de 15 por cento este ano depois de se desvalorizar aproximadamente 40 por cento no ano passado por conta do tombo no preço do petróleo e das sanções.
Mas a Rússia está entrando em recessão e os consumidores estão sendo prejudicados por uma inflação de dois dígitos, fomentada pela proibição de importação de alimentos ocidentais imposta em retaliação às sanções a Moscou.
No começo do mês, o primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, declarou que o país perdeu 25 bilhões de euros por causa das sanções, ou 1,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), mas que consegue lidar com a "nova realidade econômica".
(Por Darya Korsunskaya)