Investing.com - Os contratos futuros de petróleo recuperaram valor na tarde desta quinta-feira (19/5) e interromperam reduziram as perdas iniciadas com a divulgação da ata do Fed.
A commodity é vendida a US$ 48,16 nos EUA, após ter tocado a mínima de US$ 46,75 pela manhã. A cotação, contudo, ainda está 1,6% abaixo da máxima de US$ 48,95 atingida ontem, maior patamar desde outubro de 2015. O Brent é negociado a US$ 48,79 com mínima diária de US$ 47,39. Ontem o barril chegou a US$ 49,84.
Nas últimas semanas, o petróleo vem lentamente aumentando de preço com a expectativa de que a sobreoferta poderá ser resolvida com a queda de produção dos países com custos mais altos e uma demanda forte da China e Índia. Interrupções no fornecimento por distúrbios políticos internos na Nigéria, Líbia e Colômbia, assim como o incêndio florestal na área das areias betuminosas canadenses deram fôlego para que a commodity se aproximasse dos US$ 50 e batesse nas máximas desde novembro.
Ontem, contudo, a pressão baixista reapareceu após a ata da reunião do Fed mostrar que os diretores acreditam na possibilidade de elevação nas taxas de juros dos EUA em junho, se a economia continuar melhorando. Os investidores que apostam na elevação na próxima reunião sairam de 12% para 32% após a ata e os que acreditam em subida em setembro de 47% para 62%, segundo a Bloomberg News.
Com o aperto da política monetária dos EUA, o dólar ganha força e o que faz com que os demais ativos em negociados na moeda percam valor, entre eles, o petróleo. Com a ata, o Índice Dólar subiu 0,7% ontem e avança 0,1% hoje.
Os fundamentos para a subida do preço também fortalecem com a queda de produção nos EUA. Nesta semana, a agência de energia do país divulgou que a extração doméstica caiu pela décima semana consecutiva para 8,839 milhões de b/d. A média é 41 mil b/d inferior a da semana anterior e 506 mil b/d na comparação anual.
O movimento de queda na produção norte-americana indica que a política da Opep de elevar a produção para garantir market share está dando certo, após meses de incerteza e de os preços tocarem os US$ 26/b em fevereiro. Produtores como os de shale oil nos EUA possuem custos mais elevados e acabam tendo que interromper a produção com a redução da cotação da commodity. A Opep se reune dia 2 de junho e não é esperado que os países cheguem a um acordo sobre congelamento da produção.
A demanda das refinarias subiu de 16,029 milhões de b/d para 16,096 milhões de b/d na comparação semanal e com a queda dos estoques de gasolina, que apontam para um consumo maior de derivado. Apesar da queda da produção e aumento da demanda, os estoques de petróleo aumentaram 1,3 milhão de barris contra expectativa de redução de 2,8 milhões de barris.