MADRI (Reuters) - Uma pesquisa publicada neste domingo mostrou que o partido de esquerda espanhol Podemos apareceu novamente na liderança para vencer as próximas eleições gerais na Espanha, que podem resultar na formação de pactos entre partidos, ou mesmo no primeiro governo de coalizão do país.
A pesquisa Metroscopia que ouviu 1 mil pessoas e foi publicada pelo jornal El Pais mostrou que o Podemos, existente há um ano, receberia 28,2 por cento dos votos, acima dos 25 por cento em dezembro, quando ficou em segundo lugar depois dos socialistas. O Podemos estava com 10,7 por cento das intenções de voto quando foi incluído na pesquisa pela primeira vez, em agosto.
A Espanha tem eleições gerais marcadas para o fim do ano e eleições regionais e municipais esperadas para maio. A maior parte dos que disseram à Metroscopia que votariam no Podemos declararam acreditar que a Espanha precisava se livrar do sistema bipartidário.
O Podemos reúne descontentes com os escândalos de corrupção no país e com as altas taxas de desemprego, e acusa os dois principais partidos - os socialistas do PSOE e o de centro-direita Partido Popular (PP) - de manterem o status quo enquanto a população sofre as consequências da crise econômica.
A pesquisa mostrou que os socialistas do PSOE caíram de 27,7 por cento em dezembro para 23,5 por cento das intenções de voto, enquanto o partido governista PP continuou a cair, passando de 20 por cento em dezembro para 19,2 por cento.
Isso é menos da metade dos 44,6 por cento de votos que o PP obteve nas últimas eleições gerais de novembro de 2011, seguido pelos socialistas com 28,7 por cento.
A fragmentação levou a conversas para pactos ou coalizão, apesar de não ter havido nenhum governo de coalizão desde o retorno da Espanha à democracia nos anos 1970. O líder socialista Pedro Sanchez recentemente descartou uma "grande coalizão" com o PP.
O Podemos é um partido anti-establishment considerado de esquerda, apesar de a própria organização dizer que as formas tradicionais de descrever a política não são mais válidas.
Seus líderes se aliaram com o Syriza da Grécia e em um manifesto o partido disse que pretendia reduzir a jornada semanal de trabalho e elevar o salário-mínimo. Mas recuou em relação a planos mais radicais como nacionalizar os serviços de utilidade pública espanhóis.
(Por Elisabeth O'Leary) OLBRTOPNEWS Reuters Brazil Online Report Top News 20150111T154816+0000