Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Vale, maior produtora global de minério de ferro, pretende dobrar as exportações do produto para a China em cinco anos, disse nesta quinta-feira o diretor de Ferrosos e Estratégia da Vale, José Carlos Martins.
Dessa forma, as vendas ao gigante asiático cresceriam de cerca de 150 milhões de toneladas/ano, em 2013, para 300 milhões de toneladas/ano em 2018.
No mesmo período, a companhia prevê aumentar suas exportações totais de minério de ferro para 400 milhões de toneladas ao ano, ante um volume de cerca de 270 milhões de toneladas em 2013.
A partir desse cenário, que incluiu pesados investimentos na expansão da produção, principalmente em Carajás, no Pará, a mineradora já estuda a contratação de novos navios para suportar o escoamento da sua produção crescente.
"É certo que, com aumento do volume exportado, nós vamos precisar contratar mais navios ou comprar, aquilo que for mais eficiente financeiramente", afirmou Martins a jornalistas, após apresentar palestra no Rio de Janeiro.
Durante o evento, o executivo afirmou que a Vale tem uma confiança "inabalável" na China, o principal comprador de seus produtos.
Para ele, as importações de minério do país asiático têm excelente potencial de crescimento.
Para balizar a sua confiança nessa tese, o executivo ressaltou que este ano, até agora, a produção chinesa de aço cresceu apenas 3 por cento, enquanto a importação chinesa de minério de ferro cresceu 15 por cento.
Ele explicou que isso mostra um deslocamento dos produtores de minério chineses que têm maiores custos.
"A nossa decisão de aumentar a produção já está tomada, se a China crescer mais, será mais fácil de realizar", disse o executivo, que evitou detalhar quais as projeções da Vale de demanda por minério de ferro da China para os próximos cinco anos.
O executivo reiterou que a produção de minério de ferro da Vale, no primeiro semestre, ficou acima do esperado e frisou que a meta para o ano, de produzir 312 milhões de toneladas, está mantida. Entretanto, ele demonstrou interesse em ultrapassar a meta.
"Nossa expectativa é que a gente possa apresentar ao mercado uma performance um pouco melhor do que aquela que a gente prometeu", afirmou.
Ele ponderou ainda que a atividade de mineração está exposta a movimentos não controlados pela empresa, como os climáticos.
Martins também preferiu não comentar as expectativas para o preço do minério para o próximo ano, mas assegurou que a empresa está confiante para atuar diversos cenários.
"A Vale está preparada para competir, seja o preço que vier", frisou.