Money Times - O anúncio de que os Estados Unidos irão impor uma tarifa de 25% para a importação de aço e 10% para o alumínio, feito pelo presidente Donald Trump na quinta-feira (1), será fundamental para o processo de recuperação das atividades da Gerdau (SA:GGBR4) por lá, avalia o BTG Pactual (SA:BPAC11) em um relatório distribuído a clientes.
O preço-alvo foi elevado de R$ 18 para R$ 21 e a recomendação de compra foi reiterada. Os papéis subiram 3,19% ontem em reação ao anúncio, para R$ 17,15.
“Essas medidas devem impulsionar os esforços dos negócios americanos da Gerdau, com uma reviravolta acelerada e intensificada nos próximos trimestres”, explicam os analistas Leonardo Correa e Gerard Roure.
Ao aprofundar a análise sobre a Gerdau americana, o BTG revela o quanto comprimido estão os números das operações. A margem Ebitda, uma medida de margem operacional, está abaixo de 5%. O nível é inferior ao mercado. A taxa de utilização é menor do que 70%.
“Enquanto a empresa tomou ações arrojadas para vender negócios de margem inferior ao longo dos últimos meses e implementou mudanças de gerenciamento, o caminho da recuperação foi considerado desafiador pela maioria”, pontuam Correa e Roure.
Para eles, com a menor ameaça das importações, o palco está montado para que os preços na região conteinuem a subir e a taxa operacional suba para acima de 80%, elevando as margens. A estimativa é de que passe dos atuais 5% para entre 12% a 14% em dois anos.
Reação
Em nota oficial, o MDIC informou que o governo brasileiro espera chegar a um acordo com os Estados Unidos para evitar a aplicação das tarifas, mas caso isso não seja possível, o Brasil pode questionar a elevação das tarifas em foros globais.
“O governo brasileiro não descarta eventuais ações complementares, no âmbito multilateral e bilateral, para preservar seus interesses nesse caso concreto”, diz a nota.
Por Money Times