SÃO PAULO (Reuters) - O primeiro de dois enormes linhões que estão sendo implementados para escoar a geração da hidrelétrica de Belo Monte deverá ter dois trechos antecipados em quatro meses, disse à Reuters nesta quinta-feira a Tabocas, construtora responsável por alguns lotes da obra, apesar de um atraso em outras partes do empreendimento.
A Tabocas disse também que negocia com a Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), dona da concessão da linha, para assumir mais um trecho da obra, em substituição à empreiteira chinesa SEPCO1, após problemas de execução da fornecedora colocarem em risco o cronograma.
A BMTE, que tem como sócias a chinesa State Grid e a Eletrobras (SA:ELET3), já havia antecipado à Reuters que estava negociando com outras empresas a substituição da SEPCO1 em alguns lotes, dentre os oito trechos em que as atividades de construção foram divididas.
O linhão precisa iniciar a operação em fevereiro de 2018 para não comprometer a conexão da mega hidrelétrica na região Norte à rede do Sudeste, onde concentra-se a maior parte do consumo de eletricidade.
Os trechos atribuídos à SEPCO1 são os que enfrentam maiores dificuldades, principalmente o lote 1 das obras, que no final de 2016 tinha avanço de 20 por cento, contra um avanço geral médio de 60 por cento no empreendimento.
"A Tabocas está negociando com a BMTE os trechos contíguos do lote 2 ou 5...A empresa já é responsável pelos trechos 3 e 4, e como estamos adiantados neste empreendimento, iremos antecipar a entrega em 4 meses", disse a empresa em nota após questionamentos da Reuters.
A Tabocas disse que, caso concretizada sua entrada em um dos trechos da SEPCO1, poderia aproveitar o efetivo e equipamentos que já possui na região.
"Nossa colaboração vai evitar uma nova mobilização de equipes, que demandariam um prazo no mínimo de 90 dias e que são necessárias para conclusão dos trabalhos", explicou a construtora.
(Por Luciano Costa)