RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas em lojas abertas há mais de um ano da rede de varejo de moda Renner em julho mantiveram crescimento na casa de dois dígitos, disse nesta sexta-feira o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Laurence Gomes.
Mesmo sentindo um ambiente mais desafiador para as vendas no mês de junho, o executivo disse em teleconferência com analistas nesta sexta-feira que as vendas "mesmas lojas" no período foram lineares com abril e maio.
Na véspera, a Renner divulgou que as vendas mesmas lojas subiram 14,5 por cento no segundo trimestre ante 10 por cento um ano antes. No acumulado do primeiro semestre, o avanço somou 15,4 por cento. A companhia publicou ainda lucro líquido de 158,2 milhões de reais no segundo trimestre, alta anual de 33,5 por cento.
As ações da companhia, porém, recuavam quase 2 por cento às 15h43 desta sexta-feira, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 1,6 por cento, em meio a comentários da empresa de que a inadimplência no segundo semestre deve ser um pouco maior do que a registrada no ano passado, mas dentro do esperado pela Lojas Renner (SA:LREN3).
Os executivos da Lojas Renner afirmaram que a companhia contratou proteção cambial para 100 por cento de suas operações neste ano e para o primeiro semestre de 2016, diante da contínua desvalorização do real contra o dólar. Nesta sexta-feira, o dólar avançava mais de 1 por cento e voltava a ser negociado acima de 3,40 reais pressionado por preocupações com a situação fiscal e as turbulências políticas no Brasil.
"Estamos desenvolvendo fornecedores lá fora (do Brasil), a nossa operação na China foi reforçada e isso vai ser bem importante, fornecedores novos aumentam nosso poder de barganha", disse Gomes.
Por outro lado, fatores como a queda do preço do algodão ajudam a mitigar o efeito do dólar, enquanto a empresa tende a flexibilizar o mix entre fornecedores importados e nacionais.
Para as vendas de Natal, o presidente da companhia, José Galló, disse que a Renner já definiu nível de importação de produtos e que se precisar elevar estoques para o período mais movimentado do varejo nacional a rede vai da preferência a fornecedores nacionais.
"Eventuais ajustes que possam acontecer para mais (no estoque), a gente vai se suprir do mercado interno", disse, acrescentando que espera um Natal "bom", porém, sem dar mais detalhes.
(Por Juliana Schincariol)