Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A SLC Agrícola (BVMF:SLCE3) reportou nesta quarta-feira lucro líquido 348,7 milhões de reais no segundo trimestre, com queda de 28,2% em relação ao mesmo período de 2022, em período marcado por menores preços da soja e algodão e maiores custos de produção na safra 2022/23.
"Os resultados do trimestre, apesar de serem mais baixos quando comparados ao mesmo período do ano anterior, apresentam boas margens e estão em linha com os resultados históricos", disse a administração da empresa em nota.
A companhia, uma das maiores produtoras de grãos e oleaginosas do Brasil, ponderou que os preços faturados da soja no período sofrem influência da sazonalidade de embarques entre as fazendas, não refletindo a média geral dos preços fixados pela companhia.
No caso do algodão, além dos maiores custos de formação da lavoura, a empresa citou uma queda na produtividade, aliada à redução nos preços faturados, refletindo em menores margens da cultura.
Já o resultado bruto do milho aumentou com melhores valores obtidos pela commodity, parcialmente compensados pelo aumento do custo.
No segundo semestre, a SLC projeta uma melhora na perspectiva.
"Teremos a venda/entrega do algodão e milho, em fase de colheita, cujos custos já foram desembolsados em sua maioria, o que projeta um cenário mais positivo para caixa e na relação dívida líquida/Ebitda Ajustado."
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da empresa somou 569,7 milhões de reais no segundo trimestre, baixa de 30,5% na mesma comparação.
Já a receita líquida caiu 13,2% para 1,44 bilhão de reais, devido ao menor volume faturado de soja e milho. "Além disso, houve queda nos preços unitários faturados para todas as culturas, com exceção do milho."
A dívida líquida ajustada da companhia encerrou o segundo trimestre de 2023 em 3,976 bilhões de reais, apresentando um aumento de 1,638 bilhão de reais em relação ao fechamento de 2022.
"A dívida líquida foi impactada principalmente em função do pagamento dos insumos agrícolas da safra 2022/23 e do pagamento de arrendamentos. Cabe salientar que o aumento do endividamento nesse período do ano é esperado, considerando o ciclo financeiro do negócio", explicou.
No trimestre, foram investidos 122 milhões de reais, redução de 21,3% frente ao mesmo período do ano anterior. A maior redução foi na conta de máquinas e implementos e equipamentos.
NOVA SAFRA
A empresa disse que avançou nas compras do pacote de insumos para a safra 2023/24, "praticamente finalizando a aquisição dos fertilizantes".
Além disso, já adquiriu 87% do pacote de defensivos (100% dos químicos já comprados, e 13% a comprar no caso dos produtos biológicos).
"Com base nestas fixações, também avançamos no hedge dos grãos da safra 2023/24, onde atingimos o patamar de 38% na soja além de 17% de compromissos e 32% no milho", disse a companhia.
(Por Roberto Samora)