O Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 7,803 bilhões, um aumento de 54,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Em três meses, houve alta de 18%. O resultado do banco foi impulsionado tanto pelas margens quanto pelas receitas com serviços, mas também pela deterioração mais contida da qualidade dos ativos na comparação com os pares privados.
Nas receitas, o banco colheu R$ 17,056 bilhões em margem financeira bruta, que mede os ganhos com operações que rendem juros. É uma alta de 18,9% em um ano puxada pelo crescimento tanto dos resultados auferidos com as operações de crédito quanto pela tesouraria, item em que o BB também contrariou os bancos privados.
A margem com crédito foi de R$ 26,196 bilhões, 45% maior que no mesmo intervalo de 2021, e 9,6% maior em três meses, diante do repasse da alta da taxa Selic aos empréstimos, tendência que tem sido seguida por todos os bancos.
O resultado da tesouraria, por sua vez, foi de R$ 7,453 bilhões, alta de 136,2% em um ano, e alta de 27,2% em um trimestre. De acordo com o banco, o ganho veio com o incremento da carteira de títulos de renda fixa. A tesouraria do BB tem sensibilidade positiva ao aumento dos juros, tendência oposta a que se observa em outros bancos, que tiveram perdas na tesouraria no trimestre.
O spread global ajustado pelo risco do BB foi de 3,1% no trimestre, avanço de 0,3 ponto porcentual em um ano, e de 0,2 ponto em três meses.
As receitas com serviços somaram R$ 7,847 bilhões entre abril e junho, alta de 8,9% no comparativo anual, e de 4,3% no trimestral. Segundo o BB, o avanço é fruto principalmente do desempenho na administração de fundos, hoje a maior receita do banco com serviços, e que subiu 17,5% em relação a 2021.
Ao final de junho, a carteira de crédito ampliada do banco público era de R$ 919,511 bilhões, saldo 19,9% maior que no mesmo mês de 2021, e 4,1% acima do registrado em março. O crescimento foi puxado pelas operações destinadas ao agronegócio, segmento em que o banco é líder, e que avançaram 27,3% no período. Segundo a instituição, 46% das operações são consideradas ambientalmente sustentáveis.
Neste ano, o BB começou a operar o maior Plano Safra da história, com R$ 200 bilhões para o agronegócio, volume 48% maior que o da safra anterior. Os desembolsos se iniciaram em julho, e de acordo com o banco, até agora, já foram emprestados R$ 27,4 bilhões.
Rentabilidade
Ao final do segundo trimestre, o BB tinha R$ 2,091 trilhões em ativos, um aumento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
O patrimônio líquido do banco ficou em R$ 155,993 bilhões, alta de 7% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) ajustado, chamado pelo BB de RPSL, foi a 20,5%, alta de 6,2 p.p. em base anual, e de 2,7 p.p. em três meses.
Ao longo dos últimos trimestres, o BB vinha buscando uma redução da diferença de rentabilidade entre seu balanço e os dos pares privados. Com o resultado do trimestre, ultrapassou o Santander (BVMF:SANB11) e o Bradesco (BVMF:BBDC4) e ficou atrás somente do Itaú (BVMF:ITUB4), que apresentou ROE de 20,8% no período.