Por Matthieu Protard e Marc Angrand
PARIS (Reuters) - O BNP Paribas (PA:BNPP) alertou os investidores nesta sexta-feira que a bonança de negociação de dívidas que sustentou seu lucro em 2020 provavelmente não durará, embora tenha sinalizado que o pior da crise do coronavírus para sua carteira crédito ficou para trás.
Custos vinculados à pandemia Covid-19 afetaram o lucro líquido do quarto trimestre do banco francês, que afirmou ter feito mais provisões para perdas com empréstimos.
O maior banco listado da zona do euro, porém, adotou um tom mais otimista para 2021, estimando que seu custo de risco, que reflete as provisões para empréstimos inadimplentes, recue ante 2020, em meio a perspectivas melhores para o segundo semestre.
Outro efeito colateral da pandemia, um aumento nas negociações de renda fixa, teve um efeito positivo no lucro no quarto trimestre, mas o BNP Paribas alertou que esse nível de atividade do mercado provavelmente não persistirá em 2021.
O banco com sede em Paris disse que a receita de seus negócios bancários corporativos e institucionais cresceu 6,9% no trimestre, enquanto a receita de trading de renda fixa, moedas e commodities (FICC, na sigla em inglês) aumentou 22%.
"É improvável que a FICC experimente a mesma magnitude de receitas que gerou em 2020 com base na atividade excepcionalmente intensa dos clientes", disse o BNP Paribas em um comunicado.
O custo de risco do BNP, que reflete encargos de empréstimos inadimplentes, aumentou 65,5% para 1,59 bilhão de euros no último trimestre de 2020 em relação ao ano anterior.
O lucro líquido caiu 13,9%, para 1,59 bilhão de euros, queda menor do que o esperado por analistas.
A receita do BNP Paribas caiu 4,5%, para 10,83 bilhões de euros, o que ficou em linha com as expectativas.
"Este conjunto de resultados continua a confirmar a resiliência da lucratividade e do balanço do grupo, bem como o benefício da diversificação", disseram analistas do Citi.
O BNP Paribas informou que planeja pagar um dividendo de 1,11 euro por ação em maio.
O BNP Paribas disse em um comunicado separado que nomeou Thierry Laborde e Yann Gerardin como diretores de operações para suceder Philippe Bordenave.
Laborde liderará as atividades de banco de varejo, enquanto Gerardin permanecerá chefe de banco corporativo e de investimento.