RIO DE JANEIRO (Reuters) - O lucro líquido da petroleira brasileira Enauta (BVMF:ENAT3) somou 18,9 milhões de reais, queda de cerca de 86% ante o mesmo período de 2021, impactado por parada programada e preventiva no campo de Atlanta, na Bacia de Santos, que reduziu a produção de forma expressiva.
Devido aos trabalhos necessários na plataforma de Atlanta, a produção ocorreu apenas por 29 dias no período, somando média de 2,9 mil barris de óleo por dia entre julho e setembro, contra 13,1 mil barris um ano antes.
A parada da unidade foi necessária para atender a normas, preparar a plataforma para a recertificação, visando à extensão da vida útil da unidade e dos contratos de Afretamento e de Operação e Manutenção da unidade por até dois anos e assegurar a continuidade operacional do sistema de produção antecipado na transição para o definitivo.
O diretor-presidente da Enauta, Décio Oddone, afirmou em entrevista que os trabalhos realizados foram "um sucesso" e que a unidade agora estará pronta para permanecer em operação até que a plataforma definitiva inicie a produção em 2024, com capacidade para produzir 50 mil barris de óleo ao dia.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) alcançou 51,3 milhões de reais no período, queda de 88% na comparação anual, também refletindo a parada.
"O resultado desse trimestre reflete a redução pela parada, mas ainda assim teve aumento da receita (em nove meses)", disse Oddone.
A receita líquida no trimestre somou 166,8 milhões de reais, queda de 71,6% na comparação anual. Já a receita em nove meses somou 1,5 bilhão de reais, alta de 35,8% ante o mesmo período do ano passado.
Oddone também destacou que a companhia iniciou neste mês a perfuração de um novo poço que irá substituir um dos três em operação atualmente no ativo, o que poderá elevar a produção no campo para mais de 20 mil barris de óleo por dia já no início de 2023. Outros dois poços serão perfurados em seguida, visando ao sistema definitivo.
(Por Marta Nogueira)