Alegrar os acionistas, por meio da distribuição de lucros generosos, é a preocupação de todo executivo. Mas, será que deixar os funcionários satisfeitos com seu emprego ajuda? É o que o UBS procurou saber, analisando as empresas de varejo do Brasil, Chile e México.
Publicado pelo UBS Evidence Lab, uma equipe de analistas que não pertence à área de research do banco, o relatório traz indícios de que sim, quem trabalha numa empresa ajuda a elevar ou afundar seu valor.
Olhando apenas para as companhias brasileiras listadas na B3, o UBS faz duas observações. A primeira é que, quanto maior é a confiança dos funcionários sobre os rumos de uma varejista, maior é a sua satisfação com sua própria carreira.
Confiança rende
No Mercado Livre (SA:MELI34), 89% dos funcionários acreditam no futuro da companhia. Não é por acaso, portanto, que o índice de satisfação com a carreira é de 4,4 pontos (numa escala de 0 a 5), de acordo com o UBS. E, aqui, vem o principal para os investidores: seus papéis subiram 92% na bolsa em 2019.
O Magazine Luiza (SA:MGLU3) ocupa a vice-liderança em otimismo dos funcionários sobre as perspectivas da empresa, com uma taxa de 88,2% de confiança. Com isso, sua satisfação também marcou 4,4 pontos; e as ações saltaram 107,1% no ano passado.
“Os dados mostraram que a confiança dos funcionários em uma melhor perspectiva dos negócios se correlaciona fortemente com a sua satisfação”, afirma o relatório.
O banco acrescenta: “não encontramos uma relação de causa-efeito sobre [a satisfação dos empregados] na companhia e o desempenho das ações, mas acreditamos que funcionários satisfeitos geram vantagens na contratação, rotatividade e decisões de negócios.”
Por isso, na próxima vez em que você pensar em comprar papéis de varejistas, confira como anda o humor dos empregados. No fim das contas, quanto mais felizes eles estiverem, maiores são suas chances de lucrar.