Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O Magazine Luiza (SA:MGLU3) passou de prejuízo para lucro no primeiro trimestre, uma vez que as vendas online seguiram fortes e a companhia conseguiu compensar queda da margem bruta com diluição das despesas.
A companhia anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido recorrente de 81,5 milhões de reais no período, ante prejuízo de 8 milhões de reais do ano anterior, com as vendas online mais do que dobrando. Sem ajustes, o lucro foi de 258,6 milhões de reais.
O resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado saltou 56%, para 427,2 milhões de reais. A margem Ebitda ajustada ficou estável em 5,2%
Apesar do recrudescimento da pandemia da Covid-19, que obrigou o grupo a fechar algumas de suas lojas no trimestre, as vendas subiram 62,8%, para 12,5 bilhões de reais, em dados que incluem o seu marketplace.
A empresa disse em comunicado que suas vendas online representaram 70,3% do total, 17 pontos percentuais acima do ano passado, e chegaram a 8,8 bilhões de reais.
A receita líquida atingiu 8,3 bilhões de reais, alta de 57,7% ano a ano. As despesas operacionais ajustadas, de 1,666 bilhão de reais, foram 45% maiores, porém, como proporção da receita líquida, caíram 1,8 ponto percentual, para 20,2%.
Segundo o presidente-executivo do Magazine Luiza, Frederico Trajano, a rápida integração dos varejos físico e digital da companhia desde o fim de março de 2020, época da primeira onda da pandemia, se traduziu numa operação sustentável, que cresce de forma rentável.
"A gente esperava já ter tido no primeiro trimestre um período pós-pandemia e não foi o que aconteceu", disse Trajano. "Mas ganhamos market share e conseguimos gerar caixa."
O executivo citou que os investimentos do grupo em tecnologia e logística o ajudaram a elevar o percentual das entregas feitas em um dia, de 5% para 51% do total em 12 meses.
"Estamos acelerando muito os investimentos para reduzir ainda mais os prazos de entregas, que ainda estão longe do ideal, se compararmos com mercados como de Estados Unidos e China", afirmou o executivo.
Segundo ele, além de bases de comparação mais fracas de 2020 a partir do segundo trimestre, quando as lojas físicas seguiram fechadas na maior parte do tempo, os resultados ao longo do ano devem refletir a expansão de iniciativas recentes, como a integração de serviços de supermercados, entrega de refeições, além do crescimento da rede de vendedores terceiros no marketplace, que já dobraram o número de itens para 30 milhões.