NOVA YORK (Reuters) - Os principais bancos dos Estados Unidos publicaram resultados de terceiro trimestre nesta sexta-feira, apoiados em juros elevados que elevaram a receita com empréstimos, mas alertaram que a economia do país está desacelerando.
O lucro do JPMorgan (NYSE:JPM) aumentou 35% em relação ao terceiro trimestre de 2022, o Wells Fargo (NYSE:WFC) teve alta de 60%. Já o Citigroup (NYSE:C) apurou um ganho mais modesto, de 2%, em relação ao ano anterior.
Os bancos se beneficiaram das taxas de juros mais altas, que aumentaram a receita líquida de juros (NII), ou seja, a diferença entre o que eles ganham com empréstimos e o que pagam pelos depósitos dos clientes.
O JPMorgan e o Wells Fargo, o primeiro e o quarto maiores bancos dos EUA, respectivamente, também aumentaram suas perspectivas para a NII.
Os bancos, entretanto, mostraram-se cautelosos em relação às perspectivas econômicas.
"Atualmente, os consumidores e as empresas dos EUA permanecem saudáveis de modo geral, embora os consumidores estejam gastando seu excesso de caixa", disse Jamie Dimon, presidente-executivo do JPMorgan.
O Wells Fargo disse que está observando o aumento de baixas contábeis, em sua carteira de cartões de crédito.
"Embora a economia tenha continuado resiliente, estamos vendo o impacto da desaceleração da economia, com os saldos dos empréstimos diminuindo e as baixas contábeis continuando a se deteriorar modestamente", disse o presidente-executivo do Wells Fargo, Charlie Scharf.
A presidente-executiva do Citi, Jane Fraser, disse que estava observando uma desaceleração contínua nos gastos dos consumidores, indicando "clientes cada vez mais cautelosos".
O banco regional PNC Financial Services', por sua vez, relatou um aumento na inadimplência do consumidor.
Dimon disse que os resultados foram beneficiados pelo "ganho excessivo" na receita líquida de juros, embora isso se normalize com o tempo. O NII do JPMorgan aumentou 30%, chegando a 22,9 bilhões de dólares, enquanto o Wells teve alta de 8%, a 13,1 bilhões.
JPM e o Wells viram declínios na média de depósitos.