Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - As medidas de quarentena tomadas na tentativa de se evitar a disseminação do coronavírus geraram fechamento de 522,7 mil empresas no país, cerca de 39% do total de encerramentos registrados na primeira quinzena de junho no país, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.
Segundo o levantamento, do total de fechamentos pelas medidas contra a pandemia, 99% corresponderam a empresas de pequeno porte, com até 49 funcionários. Dessa parcela, praticamente metade atuava no setor de serviços, um montante de 258,5 mil estabelecimentos.
A pesquisa indica que pouco mais de seis em cada dez empresas em funcionamento no país na primeira quinzena de junho mantiveram o número de funcionários em comparação ao início de março, pouco antes das medidas de isolamento social serem adotadas em grande parte do país. Enquanto isso, 34,6% indicaram redução no quadro e 3,8% aumentaram o número de empregados.
O IBGE estima que o Brasil tinha até a primeira quinzena de junho cerca de 4 milhões de empresas, das quais 2,7 milhões estavam em funcionamento total ou parcial, 610 mil estavam fechadas temporariamente e 716 mil tinham fechado em definitivo.
Do total de empresas em funcionamento no período, 70% informaram que a pandemia teve impacto negativo, 16,2% declararam que o efeito foi pequeno ou inexistente e 13,6% disseram que o impacto foi positivo. Neste grupo encontram-se companhias como supermercados e empresas com atuação em comércio eletrônico.
"A queda nas vendas ou serviços comercializados em decorrência da pandemia foi sentida por sete em cada dez empresas em funcionamento (70,7%) na primeira quinzena de junho em relação a março, quando começaram as medidas de isolamento para combater o novo coronavírus", afirma a pesquisa do IBGE.