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MAN quer dobrar nível de exportação em 3 anos diante de ociosidade em fábrica no Brasil

Publicado 13.04.2016, 14:34
© Reuters.  MAN quer dobrar nível de exportação em 3 anos diante de ociosidade em fábrica no Brasil

SÃO PAULO (Reuters) - A MAN Latin America, fabricante de caminhões e ônibus das marcas Volkswagen e MAN, pretende dobrar o nível das exportações de sua fábrica em Rezende (RJ) nos próximos 3 anos, como forma de lidar com a queda na demanda brasileira por veículos comerciais, que levou o setor a uma ociosidade de cerca de 80 por cento ao final de março.

Em apresentação à imprensa nesta quarta-feira, o presidente-executivo da MAN Latin America, Roberto Cortes, afirmou que a montadora tradicionalmente exporta cerca de 15 a 20 por cento de sua produção em Rezende, mas diante da contínua queda do mercado brasileiro e do cenário cambial mais favorável, a meta para os próximos 3 anos é expandir esse nível para 35 a 40 por cento.

O plano de ampliar as vendas externas vai contar com 100 milhões de reais de um total de 400 milhões a serem desembolsados pela MAN no país até 2017, disse Cortes. Com esse foco, investimentos na construção de uma fábrica na Argentina pela companhia ficam mais difíceis de acontecer.

"Hoje, pela proximidade geográfica de Rezende e com a ociosidade da fábrica atual, sob o ponto de vista financeiro, fica difícil justificar a fábrica na Argentina", disse Cortes.

Atualmente, a fábrica da MAN em Rezende produz a um ritmo de 110 veículos por dia ante pico em 2011 de 350 diários, perto da capacidade nominal da unidade de 400 por dia, ou 100 mil anuais.

Diante do cenário em que as vendas de caminhões no Brasil desabaram 32 por cento no primeiro trimestre ante mesmo período de 2015, Cortes lançou nesta quarta-feira o slogan "Vire a Chave", parte de uma estratégia para tentar convencer clientes a decidirem pela compra de veículos da marca.

Questionado, Cortes afirmou que trata-se de "coincidência" a escolha da data de lançamento da campanha na mesma semana em que a Câmara dos Deputados decidem se abrem processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Precisa haver mudanças. O que não é possível é ficarmos discutindo impeachment até 2018", afirmou o executivo a jornalistas. "Eu esperava termos chegado ao fundo do poço já algumas vezes, mas quando se chega a um nível que as vendas da indústria são 70 por cento abaixo do que já foram, acho que estamos agora perto do fundo do poço", disse o executivo.

Ele citou que a expectativa da empresa para as vendas de caminhões e ônibus pelo mercado brasileiro neste ano é de 60 mil unidades, perto dos 61.344 veículos de 1999. Em 2011, pico atingido pelo setor, as vendas somaram 200 mil veículos.

Segundo Cortes, depois da redução na produção da MAN e dos parceiros da empresa em Rezende, a montadora está ajustada para o atual patamar de demanda do mercado brasileiro, não sendo necessários novos programas de demissão voluntária ou medidas mais radicais, como reduções em massa de pessoal.

Desde 2012, a empresa tem enxugado pessoal em Rezende por uma série de mecanismos trabalhistas e com isso o número de funcionários no complexo caiu de 5.500 para 3.500 atualmente, dos quais 1.500 são contratados diretamente pela MAN.

"Ainda temos flexibilidade de medidas como suspensão de contratos de trabalho e férias coletivas, mas medidas de cortes de vagas não serão mais necessárias", disse ele, acrescentando que o estoque da unidade é suficiente para 60 dias de vendas, quando o ideal é de 40 dias.

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