BRASÍLIA (Reuters) - O ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quinta-feira aumento de 80 por cento na taxa de inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015, além de medidas para diminuir o alto índice de ausência para evitar desperdício de recursos da pasta.
A inscrição para o exame custará 63 reais, ante 35 reais anteriormente. Permanecerão isentos os estudantes carentes e concluintes do ensino médio em escolas da rede pública.
Em coletiva, o ministro da Educação, Renato Janine, afirmou que o ajuste representa correção depois de vários anos de manutenção nos valores. "Ainda é taxa barata e ainda há grande conjunto de isenções", disse.
Em outra frente, os candidatos isentos que não comparecerem nos dois dias de prova vão perder o benefício da gratuidade da inscrição na próxima edição.
"Não podemos jogar fora 2,5 milhões de provas como aconteceu no ano passado ... é jogar dinheiro público que poderia e deveria estar sendo melhor utilizado", afirmou o ministro. Ele acrescentou que houve desperdício de cerca de 130 milhões de reais para o governo por conta da confecção de provas para 2,5 milhões de estudantes, 28,6 por cento do total inscrito, que não compareceram para realizá-las.
Durante a entrevista, Janine afirmou que estudantes que atestarem justificativas para abstenção não perderão o benefício da gratuidade na taxa no ano seguinte, mas os critérios aceitos para tanto ainda serão estabelecidos pelo ministério.
O Enem 2015 será realizado nos dias 24 e 25 de outubro, sendo que as inscrições pela Internet serão abertas em 25 de maio, se estendendo até 5 de junho.
Segundo Janine, ainda não há garantia que o MEC abrirá novas vagas para o programa de financiamento estudantil Fies no segundo semestre deste ano, após o governo federal ter limitado o número de novas inscrições neste ano. "Não vamos fazer nenhuma falsa promessa sobre o assunto", disse.
No início do mês, Janine afirmou que os recursos para o Fies tinham se esgotado com as inscrições para o primeiro semestre e que novas edições do programa este ano e em 2016 dependem de disponibilidade de verba do Orçamento da União, numa consequência do forte ajuste fiscal para organizar as contas públicas.
(Por Marcela Ayres)