Por Aluisio Alves Pereira
SÃO PAULO (Reuters) - O montante financeiro das compras pagas com cartões de crédito e de débito no Brasil deve atingir cerca de 2,3 trilhões de reais em 2020, previu nesta quarta-feira o presidente da MasterCard para Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro Neto.
"Isso deve vir com o contínuo aumento do uso dos cartões em relação a outras formas de pagamentos e com o crescimento da economia", disse Paro Neto a jornalistas.
Se confirmado, o número mostrará aceleração para 24% ante o aumento de 18,5% previsto para 2019 pela entidade que representa as empresas do setor, Abecs, para 1,85 trilhão de reais.
Estimativas do mercado apontam que os pagamentos com cartões devem representar cerca de 45% do consumo das famílias neste ano. Segundo Paro Neto, esse percentual deve subir para cerca de 60% nos próximos anos, à medida que meios como cheque e dinheiro são gradualmente substituídos por meios eletrônicos.
Sem citar números, o executivo afirmou que a Mastercard deve ter mantido sua condição de líder entre as bandeiras de cartões no Brasil, após ter fechado 2018 com cerca de 49% do mercado.
MARGENS
Paro Neto disse ainda que a Mastercard está pronta para enfrentar as pressões sobre as margens no mercado de cartões, diante da crescente concorrência provocada pela entrada de fintechs e subadquirentes de cartões, o que incorreu em queda das tarifas para clientes e das taxas cobradas de lojistas.
Essa pressão deve crescer com a entrada em vigor no país do pagamento instantâneo e do open banking, prevista pelo Banco Central para o final de 2020.
Segundo o executivo, aquisições feitas pela Mastercard nos últimos anos, incluindo da britânica Vocalink, permitirão que a empresa seja competitiva em qualquer dos modelos de meios de pagamentos relevante no país.
"O pagamento instantâneo terá sua participação, mas acho que o pagamento com cartão continuará sendo predominante", disse.
Globalmente, a Mastercard surpreendeu o mercado ao publicar lucro líquido de 2,11 bilhões de dólares no terceiro trimestre, alta de 11% ano a ano, número que veio acima das previsões de analistas.