Publicado originalmente na versão do Investing.com Espanha.
Por Laura Sanches
Investing.com - As tensões entre a Rússia e a Ucrânia continuam a moldar os mercados. Os Estados Unidos continuam insistindo que a Rússia não retirou suas tropas, ou parte delas, como afirma o Kremlin.
Os EUA afirmam que até 7.000 soldados se juntaram aos 150.000 já perto da fronteira nos últimos dias, segundo a CNBC.
Além disso, como ecoou em Link Securities, "milícias das duas regiões separatistas do leste da Ucrânia, que têm o apoio da Rússia, acusaram a Ucrânia esta manhã de ter atacado seu território, no que pode ser uma desculpa para pedir o apoio de as forças militares russas”.
“A geopolítica continua a definir o rumo e esta é uma variável imprevisível e incontrolável. Qualquer mudança de curso é possível, dependendo do fluxo de notícias na Rússia/Ucrânia. Dia indeterminado”, assinalam no Bankinter.
“Embora o canal diplomático permaneça aberto, como o presidente da Rússia, Vladimir Putin, apontou outro dia, as negociações não podem durar para sempre, nem acreditamos que durarão, por isso tememos muito que as potências ocidentais e o governo ucraniano tenham cada vez menos tempo para 'convencer' Putin se eles querem evitar um conflito”, acrescentam esses analistas.
Está marcada para esta quinta-feira uma reunião extraordinária dos líderes da União Europeia (UE) para lidar com esta crise, algo que também não convence os especialistas. "No ritmo em que a região costuma adotar suas decisões, não acreditamos que contribua muito para a resolução do conflito", alertam na Link Securities.
Segundo estes especialistas, “enquanto não estiver à vista uma solução para a crise ucraniana, a volatilidade continuará muito presente nos mercados, tanto de renda fixa como de renda variável, com os índices movendo-se no ritmo notícias publicadas a respeito. No entanto, não acreditamos que, para o bem ou para o mal, essa situação dure para sempre, já que a Rússia, especificamente seu presidente, terá que tomar uma decisão final sobre invadir ou não a Ucrânia em questão de algumas semanas, no máximo, se quiserem continuar a ter a 'vantagem competitiva' que as baixas temperaturas invernais representam para a Rússia e ser o principal fornecedor de gás para a UE”.