SÃO PAULO (Reuters) - A Mercedes-Benz do Brasil anunciou nesta quarta-feira que fechou acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para lançar um Programa de Demissão Voluntária (PDV) com objetivo de alcançar 1,4 mil funcionários na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).
A maior montadora de caminhões do Brasil oferece aos empregados que aderirem ao programa um valor fixo de 100 mil reais, independentemente do tempo de casa e da idade do colaborador.
O período de adesão começa nesta quarta-feira e vai até 31 de agosto. Segundo a Mercedes-Benz, o objetivo do programa é reduzir ociosidade da unidade, onde a companhia afirma ter um excedente de mais de 2,5 mil pessoas.
"Uma vez atingida a meta (do PDV), o restante do acordo fica garantido. O excedente será administrado, a princípio, por meio de layoff rotativo, com revezamento dos trabalhadores afastados", disse em comunicado à imprensa o vice-presidente do sindicato Aroaldo Oliveira da Silva.
A fábrica da companhia emprega cerca de 10 mil funcionários e além de caminhões produz chassis de ônibus, motores, câmbios e eixos.
As vendas da indústria de caminhões e ônibus no Brasil caíram 31,9 por cento no acumulado de janeiro a julho sobre um ano antes, para 39.021 veículos, segundo dados da associação de revendedores, Fenabrave. Já a produção de caminhões acumulou queda de 24,5 por cento, enquanto a de ônibus mostrou recuo de 31 por cento no período, segundo dados da associação de montadoras, Anfavea.
A Mercedes-Benz havia concedido licença remunerada a todos os funcionários da unidade desde o dia 15 deste mês em meio às discussões com o sindicato a respeito dos cortes de pessoal. O retorno dos funcionários ao trabalho ocorre na quinta-feira.
A companhia disse ainda ter firmado com o sindicado acordo para garantir estabilidade de emprego aos funcionários restantes da fábrica até o final de 2017, mas não conceder reposição da inflação de 2016 nos salários do próximo ano.
O acerto, que já foi aprovado por assembleia de trabalhadores nesta quarta-feira, prevê ainda que a Mercedes-Benz poderá adotar novas medidas para administrar o excedente que restar na unidade.
(Por Aluísio Alves)