SÃO PAULO (Reuters) - A japonesa Mitsui & Co teve aval do órgão brasileiro de defesa da concorrência para aquisição de uma fatia de 16,87 por cento na Órigo, empresa de geração solar distribuída que tem como principais acionistas o fundo americano de private equity TPG e a MOV Investimentos.
A transação, cujo valor não foi revelado, foi aprovada sem restrições no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), segundo despacho do órgão no Diário Oficial da União desta quinta-feira.
A Órigo atua com a chamada geração distribuída de energia elétrica, principalmente com a instalação de sistemas de geração solar fotovoltaica em telhados e em grandes fazendas em áreas remotas para atender à demanda de consumidores.
O faturamento da Órigo no Brasil em 2018 foi superior a 75 milhões de reais, de acordo com parecer do Cade, que apontou que o negócio seria "incapaz de gerar qualquer dano concorrencial relevante".
"Do ponto de vista da Mitsui, a iniciativa representa uma oportunidade atrativa de investimento no mercado de geração distribuída, incluindo o segmento de geração de energia solar", apontou o Cade no documento.
Segundo o órgão, a transação também atende interesse da Órigo de atrair novos investidores para seu negócio e expandir sua capacidade instalada.
O mercado de geração distribuída tem crescido rapidamente no Brasil desde a criação de regras pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que consumidores possam descontar a produção desses sistemas do valor pago nas contas de luz.
Segundo projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil fechou 2018 com cerca de 500 megawatts em capacidade instalada de projetos de microgeração solar, número que deverá mais do que dobrar neste ano, para cerca de 1,1 gigawatt.
(Por Luciano Costa)