Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) - A produção de açúcar do centro-sul do Brasil atingiu 542 mil toneladas na primeira quinzena de abril, abaixo das expectativas do mercado de 572 mil toneladas, já que a destinação de cana-de-açúcar para a fabricação do adoçante não foi tão alta quanto alguns analistas projetaram.
De acordo com um relatório quinzenal da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) divulgado nesta quinta-feira, usinas destinaram 38,5% da cana à produção de açúcar no período, enquanto a estimativa do mercado era de 39,8%.
A moagem de cana-de-açúcar foi de 13,6 milhões de toneladas, alta de 157,3% na comparação anual e levemente abaixo da previsão (13,7 milhões).
A produção total de etanol, incluindo combustível feito de milho, foi de 768 milhões de litros, superando as expectativas do mercado de 745 milhões de litros, com um salto de 94,7% na comparação anual.
A moagem de cana e a fabricação dos produtos cresceu ante o mesmo período do ano passado com mais usinas iniciando antes a colheita de uma safra que deverá superar o ciclo passado.
Segundo a Unica, ao término da quinzena permaneciam em operação 165 unidades no centro-sul, sendo 154 unidades com processamento de cana e 11 empresas que fabricam etanol a partir do milho. No mesmo período, na safra 2022/2023, havia 84 usinas em atividade.
A produção poderia ter sido maior se não fosse pelas chuvas que suspenderam a colheita por vários dias.
Analistas esperam que usinas tenham sofrido com o mesmo problema na segunda quinzena do mês.
O clima úmido no Brasil está impulsionando os preços do açúcar na bolsa ICE. Os futuros de açúcar bruto atingiram o maior nível em mais de 11 anos nesta quinta-feira.
Segundo a Unica, além do aumento na moagem, o início da safra 2022/2023 registrou uma melhora do nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na primeira quinzena de abril, que atingiu 108,4 kg de ATR por tonelada de cana, alta de 9,18% versus o mesmo período do ano passado.
VENDAS DE ETANOL
Ao todo, as empresas venderam 996 milhões de litros de etanol na primeira quinzena da safra 2023/2024 (-5,5%), sendo 585,1 milhões de litros de etanol hidratado (-15,1%) e 411 milhões de litros de etanol anidro (+12,8%).
No mercado interno, as unidades produtoras do centro-sul comercializaram 940,4 milhões de litros de etanol, registrando um recuo de 8,4% em relação ao mesmo período da safra 2022/2023, em meio a preços mais altos nas bombas.
Do total vendido domesticamente, 545,9 milhões de litros foram de etanol hidratado (-19,6%) e 394,5 milhões de litros de etanol anidro (+13,5%).
(Por Roberto Samora e Marcelo Teixeira)