O dólar chegou a operar perto da estabilidade ante uma cesta de moedas fortes, mas ganhou força ao longo do dia, em meio a indicadores, entre eles uma leitura negativa do sentimento dos consumidores nos Estados Unidos, e também a declarações de dirigentes de bancos centrais. Nesse contexto, a libra recuou, sem conseguir manter o fôlego de mais cedo, quando esteve apoiada após dados do Reino Unido. O dólar ainda continuou a ganhar espaço frente ao peso argentino, depois de nova leitura que mostrou inflação acelerando no país sul-americano.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 135,70 ienes, o euro recuava a US$ 1,0855 e a libra tinha baixa a US$ 1,2449. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, avançou 0,61%, a 102,681 pontos, com alta de 1,45% na comparação semanal.
Na agenda de indicadores do Reino Unido, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,1% no primeiro trimestre ante o anterior, como previsto por analistas, enquanto a produção industrial teve avanço de 0,7% em março ante fevereiro, quando se esperava estabilidade. A libra chegou a exibir ganhos após os dados, mas não sustentou o quadro. A Capital Economics comenta em relatório que a moeda britânica deve desvalorizar, com pressão de baixa diante da piora da economia do Reino Unido e em outras economias avançadas. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), enquanto isso, reafirmou que ajustará as taxas de juros conforme necessário para conter a inflação e levá-la à meta.
A Oanda, por sua vez, afirmou que o dólar era apoiado por riscos no cenário, com bancos regionais ainda em foco e também o impasse sobre a elevação do teto da dívida do governo federal nos EUA. Ela ainda menciona o dado abaixo do esperado do sentimento do consumidor americano, na pesquisa da Universidade de Michigan, com expectativas de inflação ainda bastante elevadas. Para a Oanda, os dados de hoje dos EUA são um lembrete de que os riscos de "estagflação" não devem acabar no curto prazo.
Para a Pantheon, os dados da Universidade de Michigan tornam menos provável uma guinada dovish pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Entre os dirigentes do BC dos EUA, a diretora Michelle Bowman indicou ser favorável a mais elevações nos juros.
Já na Argentina, o índice de preços ao consumidor subiu 8,4% em abril ante março, com alta anual de 108,8%, com os dois números mostrando aceleração ante o mês anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). No horário citado, o dólar avançava a 229,2667 pesos argentinos.