SÃO PAULO (Reuters) - As montadoras de veículos do país vão interromper produção a partir da sexta-feira por causa dos impactos da greve dos caminhoneiros, anunciou nesta quinta-feira a associação que representa o setor, Anfavea.
"A greve dos caminhoneiros afetará significativamente nossos resultados tanto para as vendas, quanto para a fabricação e exportação", afirmou a entidade em comunicado à imprensa. As montadoras empregam cerca de 132 mil funcionários no país.
O setor de veículos é um dos poucos a apresentar recuperação vigorosa neste ano em relação ao fraco desempenho da economia. De janeiro a abril, a produção do setor subiu 20,7 por cento sobre um ano antes, as vendas no mercado interno dispararam 21,3 por cento e as exportações cresceram 26 por cento.
Segundo a Anfavea, a indústria automotiva gera mais de 250 milhões de reais em impostos por dia "e, por isso, esta paralisação gerará forte impacto na arrecadação do país".
"A situação é preocupante. Muitas fábricas já pararam suas linhas de montagem", afirmou o presidente da Anfavea, Antonio Megale nesta semana. "Teremos uma queda na produção, nas vendas e nas exportações de veículos, tendo como consequência impacto direto na balança comercial brasileira e na arrecadação de tributos", acrescentou.
Na terça-feira, General Motors (NYSE:GM) e Ford já tinham informado que estavam sendo impactadas pela paralisação dos caminhoneiros, iniciada na segunda-feira e que cobra redução nos impostos que incidem sobre o diesel. A GM, que lidera o ranking de vendas de carros e comerciais leves do país, disse que enfrentava problemas como falta de peças e entrega de veículos às concessionárias. Já a Ford informou na ocasião que parou fábricas de veículos na Bahia e de motores em São Paulo.
(Por Alberto Alerigi Jr.)